Nosso olhar é muito miúdo para a obra de Brecheret (1894-1955), diz a historiadora Daisy Peccinini. Pesquisadora há tempos da obra do escultor, identificado, como não poderia deixar de ser, pelo Monumento às Bandeiras, Daisy recuperou recentemente a importância da residência de Victor Brecheret na França a partir de 1921 – quando chegou a Paris – até 1937 (entre idas e vindas ao Brasil) para a trajetória do artista. O resultado pode ser visto na exposição “Brecheret e a Escola de Paris”, que acaba de ser inaugurada no Sesc Vila Mariana, quanto em livro, que a historiadora lançará em 2010.

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“A França o reconheceu antes do Brasil”, diz Daisy, destacando que em 1934 o escultor recebeu título de cavaleiro da Legião de Honra francesa. “Quando artistas brasileiros como Tarsila e Di Cavalcanti chegaram a Paris, em 1923, Brecheret já fazia sucesso lá, tendo artigo publicado por ele e recebido aplausos no Salão de Outono daquele ano”, conta a historiadora, que foi a Paris e se deteve, principalmente, nas cartas que o artista trocou com o escritor Mario de Andrade.

Era o período em que Brecheret ia de encontro a um novo “estudo da forma” em suas criações: sobressaía aos olhos dos críticos franceses a “disciplina geométrica que ele impunha à sua obra”. A exposição apresenta peças, documentos e fotografias para detalhar esse período.

Ao mesmo tempo, também é inaugurada hoje na Caixa Cultural a mostra “A Arte Indígena de Victor Brecheret”, com curadoria de Maria Aparecida Brecheret. Nela estão reunidas esculturas e desenhos que o artista criou nas décadas de 1940 e 50 inspirados na cultura marajoara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Arte Indígena de Victor Brecheret – Caixa Cultural. Praça da Sé, 111. Tel. (011) 3321-4400. 9h/21 h (fecha 2.ª). Grátis. Até 10/1. Brecheret e a Escola de Paris – Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141. Tel. (011) 5080-3000. 9 h/ 21h30 (sáb. e dom., 10 h/ 18h30; fecha segunda). Grátis. Até 3/1.