Na próxima terça-feira, dia 29 de março, quando a cidade comemora o aniversário de 312 anos, a Fundação Cultural de Curitiba inaugura na Casa Romário Martins a exposição Praças de Curitiba. Formada por mais de uma centena de fotos pertencentes ao acervo da Casa da Memória, a mostra evidencia as mudanças estruturais implantadas na capital, especialmente no final do século XIX e início do século XX. Os textos que acompanham as imagens são de autoria dos historiadores Aparecida Vaz da Silva Bahls, Marcelo Saldanha Sutil e Maria Luiza Gonçalves Baracho, integrantes da equipe de pesquisadores da Fundação Cultural.
A exposição, que privilegia sete áreas centrais de Curitiba, aborda a evolução espacial e as distintas formas de ocupação que marcaram, ao longo do tempo, as atuais praças Tiradentes, General Osório, Carlos Gomes, Rui Barbosa, Generoso Marques, Santos Andrade e 19 de Dezembro. A paisagem de outrora era desoladora, com campos ermos, pantanosos e desnivelados. Entremeados com o casario que gradualmente se estendia pelos limites urbanos, esses campos serviam de passagem para as pessoas e de pasto para os animais. Ocasionalmente, abrigavam companhias circenses e de touradas que visitavam a cidade.
O panorama começou a modificar-se no final do século XIX e início do XX, quando intervenções de nivelamento e aterramento, além do plantio de árvores, deram novo aspecto a alguns desses largos, como as melhorias realizadas pelo prefeito Luís Antonio Xavier, nas praças General Osório e Carlos Gomes, a partir de 1903. Ações como essas refletiam as mudanças estruturais que começavam a ser implantadas na capital, semelhantes às que ocorriam nas principais capitais brasileiras. Pretendia-se atribuir à urbe uma aparência de progresso e civilidade, segundo o modelo francês de urbanização que priorizava espaços amplos, arejados e arborizados.
Contribuíram para colocar em prática esse projeto o crescimento da economia paranaense, com a exportação de erva-mate fortalecendo os cofres públicos, e as inovações nas técnicas de construção civil trazidas pelos imigrantes alemães. No lugar onde antes existiam charcos e áreas insalubres, surgiram palacetes, templos e casas de comércio de apurado estilo eclético. Também foi criado o primeiro parque público da cidade, o Passeio Público, inaugurado em 1886.
Serviço: Casa Romário Martins (Largo da Ordem, 30, Setor Histórico). Exposição Praças de Curitiba com fotos do acervo da Casa da Memória. Horário de visitas: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h; sábados e domingos, das 9h às 14h.