O traçado das praças, largos e ruas dos centros históricos das cidades revela o passado e o desenvolvimento das gerações que nelas viveram. Em Curitiba não é diferente e a sua história está escrita em cada marco, esquina e edificação. A exposição fotográfica "Centro Histórico: espaços do passado e do presente", que ocupa a Casa Romário Martins a partir das 19h desta terça-feira (14), propõe um olhar sobre a cidade de ontem que hoje convive com a modernidade. As imagens integram também o Boletim Casa Romário Martins Nº 130, de mesmo nome da mostra, que será lançado na ocasião.
A exposição coloca ao alcance do público material pertencente ao acervo da Casa da Memória, uma das unidades da Fundação Cultural de Curitiba. São fotografias, mapas e plantas do centro histórico de Curitiba, uma região que, a partir da Praça Tiradentes, desce em direção à antiga estação ferroviária e sobe as ladeiras do Alto São Francisco. Nela estão os espaços de preservação, com o eixo das ruas Barão do Rio Branco e Riachuelo, passando pela paisagem tombada da Rua XV de Novembro. Um passeio pelas diferentes temporalidades urbanas, que estão presentes no casario antigo, ladeado por edificações mais recentes.
"Uma cidade não conta o seu passado: ela o contém", disse o escritor italiano Italo Calvino. E a diretora do Patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Curitiba, Christine Vianna Baptista, ressalta que nada traduz melhor a idéia do escritor do que a observação da paisagem da cidade. "Compreender a cidade significa reconhecer os sinais do passado em sua contínua mudança ao longo do tempo, apreendida de forma diferenciada pelo viver de cada geração", avalia Christine.
O boletim
O Boletim Casa Romário Martins nº 130 – "Centro Histórico: espaço do passado e do presente" contém, além de todas as fotografias da exposição, textos elaborados pelos pesquisadores Ana Lúcia Ciffoni, Marcelo Saldanha Sutil e Maria Luiza Gonçalves Baracho, integrantes da equipe da Casa da Memória. Os autores destacam o núcleo inicial de Curitiba, que comporta exemplos dos mais significativos da história contada pelas construções.
As informações referentes aos antigos proprietários do centro histórico já não fazem parte do cotidiano dos curitibanos. As memórias repassadas de uma geração a outra diluíram-se no tempo e, por isso, a importância de resgatar elementos que ajudaram a construir a paisagem hoje preservada e considerada patrimônio cultural da cidade.
Os pesquisadores descrevem a riqueza arquitetônica do centro histórico curitibano, a diversidade das construções que vêm do antigo ao moderno e que calcificam a passagem do tempo. Praças e largos, ruas e edificações servem de cenários para recordações incorporadas ao repertório afetivo que cada um guarda sobre sua cidade.
A obra integra a linha "Memória Urbana" dos boletins Casa Romário Martins, que se completam com publicações relacionadas às linhas "Memória Institucional" e "Memória de Vida". "Com as exposições e as publicações, colocamos em evidência o valioso acervo documental da Casa da Memória, articulado com o importante trabalho de resgate e de produção de conhecimento desenvolvido por seus pesquisadores", afirma a diretora de Patrimônio Cultural, Christine Vianna Baptista.
Serviço
Casa Romário Martins (Largo da Ordem, 30)
Mostra fotográfica "Centro Histórico: espaços do passado e do presente"
Abertura dia 14.03.06 (terça-feira), às 19h, com lançamento do Boletim Casa Romário Martins Nº 130, de mesmo nome da exposição
Horário de visitas: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h; sábados e domingos, das 9h às 14h. Entrada franca.
