Exposição em SP reúne animais e objetos gigantes

Qual seria sua reação ao deparar com um pernilongo de 1,90 metro de comprimento? Ou com uma ratazana de 2,65 m? E se, na pia do banheiro, o creme dental estivesse com nada menos do que 2,30 m? É assim, como um personagem do filme “Querida, Encolhi as Crianças” – sucesso nos anos 1990 e no qual um cientista inventa uma máquina que acidentalmente encolhe os próprios filhos -, que os visitantes da exposição individual do artista plástico Camille Kachani vão se sentir. A mostra, que abre hoje, na galeria Thomas Cohn, reúne nove objetos gigantes feitos com pelúcia, madeira, silicone e outros materiais.

Além do pernilongo, da ratazana e do creme dental, Kachani recriou em dimensões impressionantes um conjunto de tijolos de Lego, uma lagarta, uma série de fósforos usados e alguns insetos, como moscas gigantes, por exemplo. A intenção é mudar a percepção do observador em relação a objetos e seres do nosso cotidiano. “Algumas obras encantam, outras causam estranhamento. O fato é que elas não passam despercebidas”, diz Kachani.

A ideia da mostra é fazer quem for à galeria se sentir diminuído, encolhido mesmo, como no filme. Com isso, o visitante pode mudar seu jeito de olhar itens que normalmente não despertam nenhuma atenção. “É como se você encolhesse de tamanho e saísse de uma percepção confortável, comum”, explica o artista. Não é a primeira vez que Kachani muda o contexto de objetos comuns. Em Invisíveis, sua última exposição, de 2007, caçambas de lixo e carros abandonados ganharam um ar mais – digamos – fofo, ao ser retratados em pelúcia e outros materiais que remetiam à infância. “Tanto os atuais quanto os trabalhos anteriores têm a ver com a relação que temos com o entorno. Ao ver objetos banais, como as caçambas, as pessoas pararam e falavam: ‘que coisa linda!’ e queriam tocar”, lembra.

Para conseguir esse interessante resultado, Camille Kachani trabalha aproximadamente por um mês para construir cada peça. O processo parece complexo, mas ele garante não ser tão difícil assim. Depois de finalizada, cada peça custa de R$ 35 mil a R$ 40 mil. Além dos nove objetos que compõem a mostra Camille Kachani, o artista terá uma obra exposta na sexta edição da SP-Arte, feira de galerias que será realizada entre 29 de abril e 2 de maio, no Pavilhão da Bienal. As informações são do Jornal da Tarde.

Camille Kachani. Galeria Thomas Cohn (Avenida Europa, 641). Tel. (011) 3083-3355. Abertura: hoje, das 19h às 22h. Terça a sexta, das 11h às 19h. Sábado, das 11h às 18h. Até 15 de maio. Grátis. Livre.

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