Desde criança cercado por cores, texturas e formas – provenientes do ateliê de costuras de sua avó – o paranaense José Gonçalves, arquiteto por formação e artista plástico por obra do talento, trilhou uma grande trajetória internacional e acumulou admiradores conterrâneos.
Com a sensibilidade e o talento que permeiam suas telas, o artista lança hoje pela primeira vez em Curitiba, na Zilda Fraletti Galeria de Arte, a exposição Aflorando memórias. Suas obras contém inserções de tecidos antigos, colagens de rendas, papeis texturizados, referências ao seu país de origem, entre outros recortes especiais.
“Tudo o que é concebido em meu trabalho foi realizado para recordar aqueles anos, dar uma textura que reflita o ser humano e para que a passagem do tempo fique incorporada à obra. Isso é sensibilidade, isso é pele, e por esta razão não quero que minha pintura seja lisa. Ela necessita ter rugosidades, ausências e acréscimos de materiais. Não é incomum que eu recorte um pedaço de tela antigo e o insira numa nova pintura para lhe dar uma alma”, definiu Gonçalves.
Para o artista, que iniciou seus trabalhos em 1991 e em sua primeira exposição vendeu todas as telas, o perfeito e o clean não interessam. É preciso mostrar as duas faces da vida, o movimento, as lutas e as inúmeras informações que nos cercam, compiladas por ele através do estudo de duas áreas essenciais à sua criação: o cinema e a fotografia. A Zilda Fraletti Galeria de Arte fica na Avenida Batel, 1750. Informações: (41) 3026-5999.