À beira dos 80 anos (contudo, ele nega, terminantemente, e diz que só tem 78), B.B. King continua fazendo as regras no mundo do blues. É, de fato, o Rei do Blues, um soberano reconhecido até pelos súditos mais honoráveis, como Buddy Guy. Recentemente, a revista Rolling Stone realizou uma daquelas listas “definitivas”, com os 100 maiores guitarristas de todos os tempos. Ele é o terceiro da lista, abaixo apenas de Hendrix e Duane Allman (dos Allman Brothers). Como os dois primeiros estão mortos, B.B. é o maioral. A idade avançada só o faz refrear um pouco seu ímpeto estradeiro – diminuiu sua agenda que já teve cerca de 300 apresentações por ano, para algo perto de 200 shows, uma marca invejável.
P. Aos 78 anos, após tantos anos de estrada, o sr. não pensa em parar um dia?
King – Não. Para que parar? Tenho um trabalho, as pessoas vêm me ver, compram meus discos.
P. Bem, no ano que vem, vão abrir um museu no Mississippi de US$ 10 milhões em sua homenagem.
King – Estou doando muitas coisas, não conseguiria descrever todas. Guitarras, por exemplo.
P. O sr. está fazendo algum disco novo?
King – Estou escrevendo canções. Não sei quando estará pronto.
P. No ano passado, o sr. tocou com Jeff Beck…
King – Não. Jeff Beck é quem tocou comigo. Era o meu show. Eu acho que ele é um músico fantástico. Tive grande prazer tocando com Jeff Beck.
P. Além do sr. e de Buddy Guy, quantos bluesmen de qualidade o sr. reconhece no gênero hoje em dia?
King – Muitos outros. Dezenas de outros. Bobby Bland é um deles. Little Milton é outro. P. O sr. pediu um ônibus para fazer sua turnê pelo Brasil, que é uma turnê extensa. Por quê?
King – Por que não? Gosto dos ônibus. Eu não gosto muito de aviões.
P. E no Brasil? Tem algum bluesman bom?
King – Há muitos bons músicos. Como Celso Blues Boy, com quem toquei e a quem dei uma guitarra. (Jotabê Medeiros)
