Conheço-o de algum tempo.
Aprendi a admirar sua qualificação como esculápio, professor e cientista.
Com o passar dos anos, tomei-me de verdadeira simpatia e respeito pelos seus escritores literários.
Paralelamente, devoto-lhe grande estima e consideração pela cativante personalidade de homem simples e afável, sempre com um sorriso amigo e palavras amenas.
Gaúcho, mas paranista, aquí concluiu seus estudos, transformando-se, talvez, na maior autoridade na pesquisa do mal de Hensen, legando mais de dezenove originais contribuições nesse campo.
Refiro-me, evidentemente, a Ruy Miranda, figura queridíssima de todos.
Não tenho condições de abordar todas as facetas de sua atividade profissional, senão incursionar um pouco, é verdade, na sal obra leterária, lembrando, todavia e apenas mente, Os Mistérios da vida, artigos dominicais publicados em a Gazeta do Povo, que à todos encantam.
Refiro-me a alguns, como Virtudes das Lágrimas (Se alguém sentir-se interessado em reconhecer virtudes em alguma coisa terá que, por certo, concedê-las à lágrima…); Estória de um sonho (Narrar um sonho é o mesmo que formular a mensagem mais extraordinária que pode ser engendrada pela mente humana…); Ainda o amor (Natureza do amor. – O amor é uma força cósmica que exise em todos os seres e coisas…); Valores do perdão (o perdão consiste no reconhecimento das faltas cometidas por alguém a na indulgência, ante as mesmas, concedidas por outro…); Sempre a mulher (Embora um alvo de restrições, a mulher, em todo o transcurso da história, sempre apareceu mostrando seus valores e, predominâncias como criatura humana…); Os modos da sabedoria (Que é sabedoria? É um dos ornamentos personalidade…).
Mas, atrevo-me a realçar, com maior ênfase, por tocar-me mais profundamente o coração, o escrito Ser mãe, no qual, mestre Ruy Miranda deposita toda a sua engrandecedora sentimentalidade.
Um só trecho é suficiente: “Ser mãe – disse o poeta – é desdobrar fibra por fibra o coração”. E mais adiante: “Ser mãe é padecer num paraíso. Por quê? – pode perguntar alguém. Porque ser mãe é a condição máxima do amor. Do amor concedido sem qualquer retorno, porque é o desejo supremo do bem para a criatura humana. Dentre as diversas formas de amor que existem, o de mãe é único e insubstituível. É ele que se empenha na formação de novas vidas, vivenciando essa divina concepção que é a maternidade.
Por isso, ele encerra uma amplitude que se estende pelo passado, pelo presente e o futuro”.
Que sublimidade!
Muito mais poderia ser escrito sobre tão admirável ser humano, caso o espaço fosse maior….
Ofereço, contudo, aos leitores a oportunidade de conhecer um pouco da faceta daquele que qualifico como Excelsa Criatura, abençoada por Deus!
Luís Renato Pedroso
é desembargador jubilado, presidente do Centro de Letras do Paraná.