Já conversou com alguém que achava que conhecia?

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Mas, no fundo, aquele, aquela ou aquelx com quem se falava era um estranho?

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Não o estranho comum, a pessoa com quem se cruza no metrô ou na rua do trabalho .Mas alguém com quem se conta, se aguarda, se imagina, e se vai.

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Está longe, mesmo diante de você.

Charly Coombes, ex-integrante do Supergrass, banda inglesa da qual você certamente já ouviu algumas músicas, canta essa tolice.

A autotolice – e peço perdão pelo neologismo.

Somos apenas idiotas, afinal. De um jeito ou de outro.

Assim, melancolicamente, como se pensasse na estupidez da vida enquanto fuma um cigarro, Coombes protagoniza seu novo clipe, da canção Fool, lançado em primeira mão aqui no Outra Coisa.

Trata-se do segundo single de Run, o terceiro álbum de Coombes. Atmosférico, o disco soa como um sonho prestes a despertar.

É onírico, nesse quase acordar, quando os instrumentos orgânicos já estão chegando para aquecer o dia.

Fool funciona como uma confidência. Uma declaração, disfarçada de canção, a respeito da vida contemporânea.

Lentamente construída, a música é erguida a partir do piano de Coombes, entristecido e cadenciado.

Coombes, nela, confessa seus medos.

O clipe, dirigido pelo próprio, é o que ele gosta de chamar de “anti-clipe”. “Insira um video-clipe aqui”, diz o texto que acompanha a imagem de Coombes, enquanto ele, de pernas cruzadas, espera.

“Foi um conceito que concebi para demonstrar os desafios extremos do mundo da arte e da música”, diz Coombes. “A música Fool trata de lidar com os sentimentos de fragilidade e rejeição que todos nós temos.”

Ele fuma um cigarro e vê a fumaça dançar para ele – é a companhia dele para esses mais de quatro minutos.

Uma estranha. A sua estranha.

E quem não é, afinal?

Charly Coombes se apresenta no Sesc Belenzinho neste sábado, 26. O show, que tem a participação de Thiago Pethit, tem início marcado para 21h e ingressos com preços de R$ 6 a R$ 20.