O ex-presidente Fernando Collor de Mello rebateu as acusações de José Bonifácio de Oliveira (Boni) de ter sido assessorado por este no debate das eleições de 1989. Para Collor, o diretor da Rede Globo “despirocou” e “viajou na maionese”. “Nunca pedi a ninguém para falar com o Boni, meu contato era direto com o doutor Roberto (Marinho)”, rebateu. Ele nega, também, que tenha tirado a gravata a mando de Boni. “Nunca tirei a gravata nos debates. Mentira. Suor, nem natural nem aspergido pelo Boni. Glicerina, mais uma ‘viajada na maionese’. Pastas vazias: ao contrário, cheias de papéis, números da economia, que sequer utilizei”.
Ali Kamel, atual diretor da Central Globo de Jornalismo, disse que a afirmação de Boni “só pode surpreender a quem não acompanha de perto a história da Globo”. Ele cita o livro Notícias do Planalto, de Mario Sergio Conti, que detalha o dia do debate. “Roberto Marinho disse que gostaria que ele (Boni) fizesse essa análise (do primeiro debate) à campanha de Collor, e ele aceitou dar palpites no segundo debate ‘em caráter pessoal e informal, até mesmo porque pretendia votar no candidato do PRN’”, explicou o executivo. Kamel afirma, que “o episódio, hoje, seria de todo impossível, na Globo”.
No Jô
Jô Soares é tema de um capítulo em “O Livro do Boni”. E nele o empresário mostra um pouco do seu caráter. “Fiquei magoadíssimo com o Jô (quando ele saiu da Globo para ter um programa de entrevistas no SBT) Me senti traído. Gritei, fiz ameaças”, escreve Boni. Na época o humorista detalhou a ameaça: “quem sair da emissora sem ter sido mandado embora corre o risco de não poder mais trabalhar em comerciais sob a ameaça que estes lá não serão veiculados”, disse Jô no Troféu Imprensa, do SBT. Curiosamente, a briga dos dois, nem foi mencionado nos 50 minutos da entrevista com Boni no Programa do Jô, anteontem.