Humorista por ofício, Rafael Cortez já precisou tirar sarro de celebridades, fazer graça com a ignorância de políticos e piada com participantes de show de calouros, desde que começou a trabalhar na televisão. Agora, à frente do Me Leva Contigo, que estreia nesta sexta-feira (19) às 21h15, na Record, o apresentador terá de formar casais, tarefa para a qual diz não ser tão hábil.
“Eu nunca fui um cara muito bem-sucedido no amor. Gosto mais de trabalho do que de me relacionar. É por isso que estou solteiro até hoje. Não é porque não sou boa-praça ou não sou carinhoso. Sou um cara do bem. Em geral, elas dizem que gostaram de mim, mas ‘você não respeita encontro. Marca cinema e vai fazer um show’. A coisa está melhorando porque agora tenho uma rotina melhor”, contou ao jornal O Estado de S.Paulo, por telefone.
Na atração, 30 mulheres em busca de um namorado ouvem o candidato dar detalhes sobre sua vida. Conforme as informações desanimam as moças, elas apagam a luz do púlpito onde ficam no palco e deixam a competição. “Passamos um vídeo sobre o candidato, contando a intimidade. Quem não gostou, acabou. O segundo vídeo queima um pouco o filme dele ou é sobre uma habilidade que ele pode mostrar no palco. Ao final, o homem é quem elimina as que sobraram”, explica Cortez.
Na contramão dos programas de relacionamentos, o casal formado não precisa se beijar diante das câmeras. “Não tem ‘forçação’ de barra, se vai dar namoro ou não. Não é um programa de namoro, é um programa de encontros. Uma delas vai com ele para um resort. A gente acompanha o primeiro encontro de maneira superficial e o resto é com eles.”
Rafael Cortez aposta em suas piadas para animar a competição. “Para que houvesse espontaneidade absoluta da minha condição, pedi para gravar sem teleprompter (aparelho que projeta na câmera texto falado por apresentadores). Não tenho microfone de bastão, fico com as mãos livres. Tenho o roteiro com informações e ponto (eletrônico) em que passam o que é vital. Pedi para só conhecer os garotos na hora da gravação. As minhas melhores tiradas, o melhor do meu humor são as coisas espontâneas. Com as piadas que eu decoro já não é tão legal.”
O formato do Me Leva Contigo foi criado pela Fremantle – mesma produtora do Ídolos – e exibido em mais de 20 países. Para Cortez, a versão tupiniquim será diferente. “O povo sabe rir de si mesmo, é folgado, é debochado. Brasileiro é uma atração à parte. A gente vai tentar buscar as tiradas que o povão dá. As nossas meninas que não querem sair com o cara, dizem ‘Vai ter que nascer de novo, vai ter de comer muito arroz com feijão’. As gringas falam: ‘Desculpe. Não quero’. Penso que o humor pode ser o diferencial.”
No ano passado, Cortez esteve à frente do show de calouros Got Talent, cuja audiência foi abaixo do esperado pela emissora. Desde então, ele havia feito apenas um especial de fim de ano e estava fora do ar. “Era uma mistura de insegurança com ego e ansiedade. Falei que queria um programa em que as piadas entrassem. No Got Talent, eu entendia que era preciso cortar a piada, senão, não daria tempo de mostrar o número do candidato”, relembra ele, que descarta comandar um talk-show, como aconteceu com seus ex-companheiros de CQC, na Band. “Agora, é a febre dos late nights. Não é o momento de eu ter um”, desconversa.
Este ano, o paulista será visto no longa Amor em Sampa, de Bruna Lombardi e Carlos Alberto Riccelli, e pretende soltar a voz no projeto MDB. “É Música Divertida Brasileira, um resgate das canções mais engraçadas das história da MPB. Faço isso com uma banda. O que era baião vira funk, o que era chorinho pode virar drum’n’bass. Nesse, estou como cantor e músico.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.