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Evento no fim de semana oferece shows e filmes

Realizado há dez anos em Montevidéu, o Fest Contrapedal desembarca neste fim de semana em São Paulo para dois dias muito intensos de shows, palestras, filmes e feira gastronômica. O objetivo é colocar o paulistano em contato com a nova cena da América Latina – pode ser mera coincidência, mas ainda neste mês a cidade abriga o já tradicional Festival de Cinema Latino-americano no Memorial da América Latina. O Contrapedal ocorre no Centro Cultural São Paulo, com entrada grátis e o mesma meta de celebrar a latinidade, numa pegada talvez mais underground.

A mostra audiovisual é formada por quatro filmes, todos apresentados na Sala Paulo Emílio do CCSP. Dois já são conhecidos do público – os admiráveis Jauja, de Lisandro Alonso, e Cinema Novo, de Eryk Rocha. Jauja – o título refere-se a um mundo sonhado – começa com Vigo Mortensen nas guerras contra os índios, no sul da Argentina, no século 19 e através de uma ousada ruptura de espaço e tempo prossegue, sem maiores explicações, num castelo do norte da Europa. É obra exigente e rigorosa, como todo filme de Alonso. Cinema Novo mapeia o movimento que revolucionou o cinema brasileiro por meio do corpo do ator Antônio Pitanga. Ele corre – em filmes de Glauber Rocha, Walter Lima Jr. Cacá Diegues, etc. – e sua simples presença cria uma poderosa metáfora do que foi a revolução autoral dos cinema-novistas.

Pitanga foi biografado, a seguir, no belíssimo filme coassinado por Beto Brant e por sua filha, Camila Pitanga. Ele tem uma autodefinição grandiosa – diz que não pertence ao movimento negro porque já é um negro em movimento (como Eryk, o filho de Glauber, mostra). Os outros dois filmes serão belas descobertas. Clever, de Federico Borgia e Guillermo Madero, do Uruguai, venceu o Cine Ceará do ano passado. Los Años Azules, de Sofia Gómez Córdova, do México, propõe um retrato geracional. Um grupo de jovens numa casa em ruínas em Guadalajara, como seus sonhos que ameaçam se esfacelar face à dura realidade. A originalidade da diretora está no olhar. Ela “vê” seus personagens através de um gato, Schrödinger.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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