Aydano Roriz, fala a respeito da carreira. |
Empresário de sucesso e apaixonado por literatura e história, o fundador e proprietário da Editora Europa, Aydano Roriz, fala a respeito da carreira, mercado editorial e literatura, em recente visita ao jornal O Estado do Paraná falou ao caderno Almanaque. Assumindo o posto de uma das principais editoras de revistas do País, a Europa é a 1.ª pelo critério de lucratividade. Movida pelas próprias pernas, a Editora só trabalha com seus recursos e produz 12 revistas mensais. Entre elas a Natureza, jardinagem e paisagismo; Fotografe melhor, principal revista de fotografia brasileira; VideoSom & Tecnologia e PlayStation.
O longo trajeto que Roriz traçou até fundar a Europa, começa na Bahia, em 1968. Na época, ainda jovem, Aydano trabalhava com o pai, Lamartine Roriz. ?Era um tempo tranqüilo. Tinha a segurança de estar com o pai, passeava pela orla marítima e a vida não tinha muitos problemas?, conta. Mas após um desentendimento com seu Lamartine, as coisas mudaram. Com 22 anos de idade, Aydano, convidado por um amigo, gerente de um bar, resolve abrir uma boate. ?Uma danceteria talvez, boate parece nome de casa masculina?, brinca. Chamada Buatropi, por três anos a boate fez sucesso sendo tocada por um jovem que não tinha experiência no negócio e trocava o dia pela noite. Segundo Roriz, o motivo que o levou a fechar a casa foi o compromisso com a atual esposa, Tânia.
Passado o tempo de boêmio, Aydano conseguiu um emprego como analista de crédito na Editora Abril. A chance veio graças à boate. Um de seus clientes, Geraldo Gonçalves, trabalhava na editora e lhe arrumou o emprego. Formado em Economia pela Universidade Federal da Bahia, o percurso editorial lhe reservava boas surpresas. Com um salário que não chegava a metade do ordenado de seu gerente no bar, Aydano aceitou o serviço para ficar com Tânia. Passado um tempo, foi chamado para assumir o cargo de gerente de filiais, onde era o responsável por todos estados, exceto Rio de Janeiro e São Paulo.
?Minha passagem pela Editora Abril seguiu um rumo fantástico. Logo eu estava trabalhando com os principais diretores do grupo, até ser um deles. Resumindo, fui pago para aprender tudo sobre revista?, conta satisfeito. Com grande conhecimento administrativo, foi chamado para assumir um cargo de editor. Assumiu o Almanaque Abril, que do prejuízo chegou ao lucro, sob sua direção. Ao todo foram 15 anos de Abril. Conheceu e trabalhou com profissionais como Victor e Roberto Civita, da família proprietária da Abril. O mesmo convívio teve com os jornalistas Thomaz Souto Corrêa, Alberto Dines, Cristina Duarte, Milton Coelho da Graça, Célia Pardi, entre outros.
Europa
Com todo conhecimento e experiência vividos na Editora Abril, em 1986 Aydano Roriz funda a Editora Europa. ?Aprendi neste mercado que você deve ter bons funcionários, para isso, uma boa política com eles. Tento fazer as coisas boas e evitar as ruins?, afirma. Na Europa, todo funcionário tem participação em 28% dos lucros no mês de dezembro. E para manter os negócios as claras, toda primeira quarta-feira do mês, Aydano reúne os 107 funcionários para mostrar todos os lucros e despesas da editora.
Desde o início, um diferencial guiou os passos da Europa rumo ao mercado editorial. ?Buscamos oferecer aquilo que faltava em termos de revista. Na época, eu procurava informações para reformar minha casa no interior e não achei nada. Desta busca criei uma revista com dicas e serviços sobre jardinagem, a Natureza?, conta. Hoje a revista possui um público de 20 mil leitores. E assim aconteceu com a Fotografe melhor, CD-ROM Fácil, PlayStation PC master e as demais publicações da Europa.
Literatura
Quando não está trabalhando, Aydan Roriz está escrevendo. É o que ele confirmou durante encontro com o Almanaque. Incentivado pelo avô, desde pequeno se interessou pelos clássicos da literatura e atualmente já escreveu cinco livros, romances históricos: Os diamantes não são eternos (1998), O desejado A fascinante história de Dom Sebastião (2002), O fundador A fascinante história do primeiro governador do Brasil (2003), O livro dos hereges (2004) e O livro dos hereges Van Dorth (título provisório). Três obras já foram publicadas nos Estados Unidos e em Portugal.