Uma das mais importantes pianistas contemporâneas Eudóxia de Barros se apresenta amanhã no Teatro Guaíra, em Curitiba, com a Orquestra Sinfônica do Paraná, sob a regência do maestro curitibano Marcelo Urias. A pianista fará solo da música Cromos, de autoria do seu marido, o maestro Osvaldo Lacerda. No programa também há obras de Villa-Lobos e Paul Hindemith.
A pianista é considerada a maior intérprete das músicas popular e erudita brasileiras. Mas diz que não tem preferência por compositores, sejam brasileiros como Edino Kriger, Camargo Guarnieri e Villano Côrtes, ou estrangeiros como Mozart, Chopin e Mendelssohn. “Eu gosto é da boa música”, afirma.
Ela tem um carinho especial pela música Cromos, de autoria de seu marido, feita especialmente para ela. Ela explica que são oito cromos, em alguns deles toca alternando com partes da orquestra sinfônica e outros tem a companhia de todos os músicos. “Esta semana eu o maestro estudamos a peça e acertamos todos os detalhes. Será um excelente trabalho”, comenta. De Villa-lobos, Eudóxia apresenta Prelúdios Bachianas n.º 4 e de Paul Hindemith, Metamorfose Sinfônica, sobre tema de Carl Maria von Weber.
Desde pequena a pianista foi influenciada pelos pais, que eram amantes da música em geral e da cultura brasileira. Este foi um dos motivos que fez com que ela não seguisse carreira fora do país. Ela sempre deu atenção especial ao estudo de compositores brasileiros, tendo como missão influenciar o meio artístico nacional. Junto com o marido e outros compositores fundou em 1984 o Centro de Música Brasileira, uma sociedade civil que organiza concertos e concursos só de músicas brasileiras.
Ela já realizou vários recitais pelo Brasil e exterior, onde apresentou dezenas de primeiras audições de obras de compositores brasileiros de todas as épocas. Mas ela diz que hoje encontra dificuldades para fazer os recitais. “É influencia da televisão”, presume. Há alguns anos ela conseguia fechar sem dificuldades 50 recitais por ano, hoje sofre para manter a média de 40.
A pianista já ensinou nos conservatórios de Santos, Franca, Tatuí e Presidente Prudente e também em Winston, Salem, nos Estados Unidos, onde fez longa turnê em 1966 e 1967. Em 1969 e 1970 freqüentou curso de aperfeiçoamento na Alemanha com Blankenhein. Em 1993 foi eleita para a Academia Brasileira de Música. O recital começa às 10h30.