Eudóxia já se apresentou em outros países, interpretando clássicos |
Uma das maiores intérpretes de compositores brasileiros, a pianista Eudóxia de Barros se apresenta no Museu Oscar Niemeyer (MON) hoje, dentro do ciclo Música no Museu. O programa é composto pela valsa Vésper (Nazareth) e obras de Brahms, Chopin, Listz, Guarnieri (homenagem a Villa-Lobos), Amaral Vieira, Villani Côrtes, Osvaldo Lacerda, Chiquinha Gonzaga (Gaúcho, em homenagem aos setenta anos de seu falecimento) e Tico-tico no fubá, de Zequinha de Abreu.
Patriota confessa, Eudóxia atingiu o estrelato em 1976. Na ocasião ela participou de um programa de perguntas e respostas, o 8 ou 800, comandado pelo ator Paulo Gracindo sobre o compositor Ernesto Nazareth, na TV Globo.
Deste momento em diante Nazareth esteve presente em todos os recitais da pianista, o que floresceu seu interesse por diversos autores brasileiros como: Chiquinha Gonzaga, Eduardo Souto, Zequinha de Abreu e Osvaldo de Lacerda, com quem é casada desde 1982. Com uma discografia formada por 31 LPs, 10 CDs e uma carreira repleta de sucesso dentro e fora do Brasil, Eudóxia começou a tocar Nazareth em 1963, ocasião do centenário de nascimento do compositor. ?No começo as pessoas do meio erudito me desaprovaram por considerá-lo um autor popular. Mas ele sempre me deu muita sorte, além disso sua música é popular e erudita já que possui muita harmonia?, afirma.
As apresentações do atual repertório tiveram início dia 7 de julho, em São Paulo, passando pelo interior paulista, Rio de Janeiro e um espetáculo no Centro de Cultura de Ponta Grossa (PR), ontem. Segundo Eudóxia, são necessárias uma ou duas horas de ensaio por dia para não perder a técnica, fora o estudo de repertórios. Na preparação do programa a ser apresentado hoje, ela passou o mês de junho estudando dez horas por dia. ?Para um bom espetáculo dar certo é preciso muito estudo e uma série de fatores que podem colaborar ou não no dia da apresentação?. Para ela o maior incentivo que um músico pode esperar é o apoio do público. ?Quando termino a primeira música e ouço a platéia já sei se aquele é o meu dia?, conta.
Obra
Uma das interpretações mais aplaudidas, que reflete todo esmero de Eudóxia frente ao piano é a Grande fantasia triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro (Luis Moureau Gottschalk), presente no CD Este Brasil que tanto amo! (Paulinas Comep 1995). Com quase dez minutos da melhor harmonia entre técnica e sentimento, a pianista conquistou o público e a crítica. ?Quando toco ponho todo o meu ser lá dentro, faço com paixão. Além disso sou patriota e tudo que diz respeito ao Brasil me interessa?, diz.
Em 1995 Eudóxia recebeu o Prêmio Nacional da Música outorgado pela Funarte. Atualmente é vice-presidente do Centro de Música Brasileira e pertence à Academia Brasileira de Música, desde l989 (Cadeira n.º l4), como intérprete.
Serviço: Música no Museu, com Eudóxia de Barros, no Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999), hoje, às 20h. A entrada é franca.