Foto: André Veloso/VIPCOMM |
Diana Krall diz que o público brasileiro tem mais eletricidade. continua após a publicidade |
?Eu simplesmente vou tocar música.? O resumo é de Diana Krall, uma das principais pianistas se cantoras de jazz da atualidade, que está desde sábado em São Paulo para sua quarta turnê no Brasil. Desta vez, ela não irá a Curitiba (como em 2005), mas terá a responsabilidade de dar credibilidade e sucesso a uma iniciativa inédita no País: levar uma cantora de jazz para um parque, cantando e tocando para um grande público que nada pagará pela apresentação.
É a primeira edição do Telefônica Jazz Open (o ?open?, aberto em inglês, é justamente para evidenciar que o show é de graça), marcada para domingo, no Parque Villa-Lobos, um dos mais novos de São Paulo, em um espaço que pode comportar sessenta mil pessoas. ?É a oportunidade de levar para um novo público a qualidade de uma pianista como a Diana, de forma gratuita e aberta, como se fazem nos grandes festivais da Europa?, comentou o jornalista e pesquisador Zuza Homem de Mello, diretor artístico do projeto.
Diana Krall, que hoje se apresenta no Rio de Janeiro (e que teve um show para convidados na última segunda-feira, na Sala São Paulo), admite certo nervosismo para a apresentação. Ela conversou ontem com a imprensa no hotel Renaissance, no bairro Jardins. ?É sempre emocionante poder participar de uma apresentação como essa. O Brasil tem uma platéia diferente de outros países, tem mais eletricidade. E todas as vezes em que eu venho, fico assustada. Vir do Canadá para tocar bossa nova? É muita pretensão minha?, brincou a cantora, eleita pela revista Down Beat a melhor vocalista de jazz em 2007.
Mais animada que em passagens anteriores, Diana disse que está em um período feliz de sua vida. ?Tive dois presentes, que são meus filhos (gêmeos). E estou vivendo dias muito alegres, e gosto de transmitir isso na música?, comentou. Ela está inclusive preparando músicas para um novo disco, que será produzido pelo maestro Claus Ogerman – arranjador do histórico encontro entre Tom Jobim e Frank Sinatra e também de Amoroso, um dos principais álbuns da carreira de João Gilberto.
?Gosto de aprender novas músicas, de ensaiar coisas diferentes com meus músicos. Esta semana cantei pela primeira vez So nice?, contou Diana, citando a versão de Gene Lees para Samba de verão, de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle. Mas não passa pela cabeça dela a possibilidade de gravar um disco só com músicas brasileiras (em seu último álbum, From this moment on, ela gravou How insensitive, versão em inglês de Insensatez, de Jobim e Vinícius de Morais). ?Tenho respeito pela música brasileira. Para fazer isso, só aprendendo português, o que me obrigaria a estudar de forma séria.?
O que motiva Diana é a possibilidade de abrir um novo caminho para o jazz no Brasil. ?A música permite que as pessoas fiquem mais próximas, mesmo em um espaço grande como um parque. A relação com o público é mais direta, e isso é muito bom. Acho que será tudo muito bonito?, finalizou a pianista e cantora.