É para esquecer a bronca que o deixou de castigo no quarto sem jantar que o garoto Max se refugia em uma terra habitada por criaturas enormes e peludas, e se proclama rei.

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O filme “Onde Vivem os Monstros”, que estreia hoje nos cinemas do País, remete a um destino fantástico, sem regras, e lembra adultos dos perigos do universo infantil quando a maturidade o invade.

Apesar da fofura dos personagens (o filme não usa animação, mas atores vestidos em grandes trajes de bonecos), que lembram adoráveis bichos de pelúcia, as relações entre monstros mostra-se tão árdua quanto as do mundo real. O diretor norte-americano Spike Jonze partiu da história lúdica de um livro infantil para criar um longa perturbador, principalmente para adultos.

Recebido com festa por então inofensivos monstros, Max logo se autoproclama rei. Uma boa bagunça parece a solução perfeita para esquecer os problemas de casa, e o garoto se vê feliz e seguro com os novos melhores amigos.

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Confiante e imponente com sua coroa dourada por cima da fantasia de lobo, Max usa seus poderes de rei para prometer felicidade, e convence os grandes súditos a construir uma fortaleza para proteger o reino de invasores.

Mas quando alguém se machuca e põe fim às brincadeiras, o garoto aprende que até os monstros têm neuroses e fraquezas. Assim como no complicado mundo dos adultos, as criaturas sofrem com insegurança, medo, desconfiança. As juras de amizade se perdem em acusações. Questionam: E se Max não for rei de verdade?.

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Amedrontado por agora terríveis monstros, Max precisa demonstrar segurança e dizer, sem ter certeza, que tudo terminará bem, sob o risco de ser devorado pelas criaturas. Nessa hora, então, bate saudade do lugar acolhedor onde pode ser apenas criança. Hora de voltar para casa.