“A Princesa e o Sapo”, nova animação da Disney, que estreia hoje, é um conto de fadas às avessas. A começar pela forma como foi feita: em 2D, clássico formato que consagrou o estúdio. Depois, por inovar com uma princesa negra, Tiana, que se junta ao time de Cinderela, Branca de Neve e companhia.
A história também não é ambientada em um castelo em um reino distante, e sim na contemporânea Nova Orleans, com uma saborosa trilha sonora de jazz e blues.
Até o enredo é diferente do que se espera entre um sapo e uma princesa: com seu beijo, Tiana não transforma o sapo Naveen em príncipe. Ao contrário, ela é que vira uma sapinha.
O Brasil está presente no longa. A empresa paulista de animação HGN, iniciais de Haroldo Guimarães Neto, com sede no bairro do Brooklyn, foi responsável por 12 cenas, incluindo a do crescimento de Tiana, a personagem principal, de menina a mulher. Para o trabalho, o estúdio dedicou cerca de dez meses, entre dezembro de 2008 e setembro deste ano. As cenas foram para a sede da Disney pela internet.
A volta ao formato usado antigamente, o 2D, na contramão do que a Disney anda fazendo, é minimizada pelo animador John Lasseter. Apesar de ter liderado as primeiras tentativas da empresa pelo 3D, em material divulgado à imprensa ele diz que as crianças vão ao cinema por uma boa história e não pela forma como foi feita.
Uma boa história “A Princesa e o Sapo” tem. Naveen e Tiana, agora transformados em batráquios, se lançam em uma corrida contra o tempo pelos pântanos de Nova Orleans em busca de Mama Odie, uma feiticeira cega capaz de transformá-los em humanos.
Nessa jornada, destacam-se personagens como um vaga-lume banguela apaixonado por uma estrela e um crocodilo que sabe tocar saxofone e quer ser um humano.
A história lembra mais as animações de humor politicamente incorreto, como “A Nova Onda do Imperador” do que as românticas como “A Bela Adormecida”. A dublagem do sapo Naveen foi feita pelo ator Rodrigo Lombardi, que considerou o personagem parecido com dois trabalhos recentes que fez.
“Naveen é um príncipe, bem parecido com o Raj, de Caminho das Índias (2009, Globo), que era quase um. E tem um coração bom, como de Ciro Feijó, meu personagem em Desejo Proibido (2007, Globo).”
Garcia Junior mais uma vez foi o responsável pela direção da dublagem. Além de Rodrigo, ele recrutou também Cacau Gomes, atriz e cantora que já dublou outras animações da Disney. As informações são do Jornal da Tarde.