Estréia no SBT marca fase de transformações de Ludmila Dayer

Ludmila Dayer mudou. Mudou de perfil de personagem, de mocinhas ingênuas e sonhadoras para uma vilã. Mudou de emissora, da Globo para o SBT. Mudou de cidade, do Rio de Janeiro para São Paulo, onde grava as cenas de Os ricos também choram. Com tudo isso, mudou também a própria atriz. "Essa coisa da mudança amadurece muito a gente. Até porque agora eu estou em outra cidade e morando sozinha", admite.

A personagem Sofia, vilã da novela do SBT, é ao mesmo tempo causa e conseqüência desse amadurecimento pessoal de Ludmila. Mais conhecida por personagens como a doce Joana, da temporada 2000 de Malhação, ou, mais recentemente, como a carente Danielle, de Senhora do Destino, a atriz se orgulha dessa nova etapa no seu crescimento profissional. "É muito legal, em um mesmo ano, sair de um trabalho como foi a Danielle para um personagem mais denso", avalia.

Os papéis são diversos, mas nem tanto. Apesar das distinções entre uma personagem, digamos, "bobinha", como a Danielle, e uma vilã até certo ponto fria, como a Sofia, a atriz encontra pontos em comum entre as duas. "A Sofia usa da sensualidade para conseguir o que quer, é egoísta, calculista, passa por cima de tudo e de todos. A Danielle era sensual, mas ingênua", compara. Sensualidade à parte, Ludmila está gostando de interpretar, pela primeira vez na telinha, uma vilã, segundo ela, uma personagem muito intensa e que permite muito ao ator.

Além de estar interpretando a Sofia em Os ricos também choram, a atriz, curiosamente, está no ar, também no SBT, na reprise da novela Xica da Silva, produzida em 1996 pela extinta Manchete. Da mesma maneira que o público que a aborda nas ruas acha o fato inusitado, a atriz diverte-se com a coincidência e com a possibilidade de avaliar a forma como atuava nove anos atrás. Hoje, com 22 anos, ela não se cobra por eventuais "deslizes" cometidos quando tinha apenas 13. "As pessoas falam isso, que me vêem mais velha e, logo em seguida, me vêem mais nova. Eu acho divertido, não me cobro, nem me martirizo", brinca.

Mudança

A saída da Globo se deu, segundo a atriz, de uma forma tranqüila. A proposta de um trabalho mais denso e o desafio de trabalhar em uma nova emissora e em outra cidade, apesar das dificuldades inerentes às mudanças, acabaram sendo preponderantes. "Eu sempre busco trabalhos de qualidade. Se me oferecem uma boa proposta, não tenho por que não aceitar", entende a atriz, que garante estar feliz pelo trabalho e pelo reconhecimento.

Carioca "de carteirinha", com os compromissos profissionais em São Paulo e a necessidade quase vital de estar no Rio, Ludmila Dayer teve que aderir ao "esquema ponte-aérea". Mesmo admitindo ser cansativo voar com tanta freqüência de uma cidade para outra, a atriz grava durante a semana em São Paulo e, sempre que possível, volta para o Rio nos fins de semana. "Eu prefiro morar no Rio: essa coisa da praia, do sol, de poder ir à praia antes de ir trabalhar… Eu pego onda…", gaba-se.

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