Aviso para quem tem cachorro de estimação: “Marley & Eu”, filme que estréia nesta quinta-feira de natal (25), é sobre vocês dois. Tudo é pensado para que o dono do cão acabe rindo do seu próprio relacionamento com o animal, mas o final pede um lencinho para se enxugar as lágrimas. Trata-se da adaptação do best-seller de John Grogan, em que ele conta sua própria história ao lado do que classificava como o pior cão do mundo. Nada mais injusto. Marley, o nome do cão labrador de John, foi uma peste. Destruía a casa, corria na rua atropelando pedestres, urinava em lugar errado e ainda tinha de dormir junto com os donos. No entanto, era adorável.

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A adaptação para os cinemas mantém o espírito cômico de quase todo o livro, trazendo Owen Wilson como John e Jennifer Aniston como Jenny. Recém-casados, eles se mudam para o calor da Flórida e a missão seguinte à compra da casa é adquirir um mascote. Dentre os vários adoráveis filhotinhos de labradores, eles compram o que estava em liquidação, um animal mais parado, isolado num canto. Ledo engano. Marley – nome dado porque John estava ouvindo uma música de Bob Marley quando o levava para casa – é um furacão. Ao longo dos anos, com a chegada dos filhos do casal, quase chega ao ponto de ser expulso de casa.

Alan Arkin está hilário como o editor do jornal onde John trabalha. Ele ouve as piadas do funcionário sem abrir nenhum sorriso. Igualmente interessante o papel de Kathleen Turner, ex-diva do cinema de Hollywood que se transformou em algo bem diferente hoje em dia. Turner é adestradora de animais que desiste de dar um jeito em Marley, num papel meio machona, ao estilo que fez na série “Friends”, onde interpretava o pai transformista de Chandler (Matthew Perry). Quem assumiu a direção desta adaptação foi David Frankel, diretor de “O Diabo Veste Prada”, mostrando grande versatilidade ao sair de um filme cheio de luxo e ironia para um longa simples, família, que valoriza não o trabalho, mas estar com os filhos e, claro, com o cachorro.

Uma curiosidade sobre a produção de “Marley & Eu”. Foram necessários 22 labradores para interpretar Marley. Metade deste número era só de filhote, outra metade de adultos atrapalhados. Este foi o trabalho ideal para os adestradores de animais especializados em cinema. Mark Forbes, famoso adestrador de filmes como “Dr. Dolittle” e “As Crônicas de Nárnia”, disse, no lançamento do filme, que foi um dos trabalhos mais fáceis de sua vida. Bastava deseducar os labradores mais tímidos e soltar os brutamontes em cena, algumas delas improvisadas e que deram certo porque todo o elenco é apaixonado pelos bichinhos. Tudo lindo, mas não se esqueça. O final é para fazer até cachorro latir de tristeza.

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