Adelaide de Castro sai de Três Corações (MG) para tentar a sorte no Rio de Janeiro. Mesmo depois de participarem de “Malhação”, as gêmeas Giselle e Michelle Batista não encontram estabilidade na carreira. Depois de deixar o Rio, Fábio Enriquez volta à cidade para tentar viver de arte. Filho e neto de atores, o músico Pedro Gracindo descobre o teatro. Os sonhos de jovens que desejam se tornar atores e atrizes servem de matéria-prima para “Clandestinos – O Sonho

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Começou”, minissérie que estreia hoje na Globo.

O projeto de João Falcão, que assina o roteiro e a direção-geral do programa, começou como um espetáculo teatral. Para chamar novos profissionais, criou um site chamando para um teste. Na expectativa de receber 200 inscrições, acabou boquiaberto diante de mais de 3 mil fichas. “Do total, chamamos 400 pessoas, foram cinco dias de testes. Como filmamos tudo, reproduzimos alguns dos encontros na peça, que, assim como a série, fala sobre esses moços e moças que sonham esse sonho de ser artista”, diz João Falcão. A montagem “Clandestinos” está há dois anos em cartaz no Rio de Janeiro.

A ideia de falar sobre a tentativa de obter sucesso numa profissão tão concorrida era um sonho antigo do diretor, que passou por uma experiência parecida. Nos anos 80, saiu de Recife, sua terra natal, para tentar a sorte no Rio. O roteirista de filmes como “O Coronel e o Lobisomem” e “A Máquina”, não teve sucesso. “Eu não consegui e acabei voltando para casa. Foi bom, fiz a vida na minha terra. Só voltei para o Rio quando eu já estava estabelecido”, diz.

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Na série, que tem a direção de núcleo de Guel Arraes, Fabio Enriquez interpreta o alter ego de Falcão, um autor de teatro que convoca atores para uma peça. O problema é que ele ainda não sabe qual será a história do espetáculo. O seriado acompanha os testes dos atores. A cada episódio narra a trajetória de dois ou três clandestinos. Além das histórias reais dos atores, João afirma que há também passagens reais suas no enredo. “No primeiro episódio, Adelaide passa a noite num ônibus. Isso aconteceu comigo”, lembra. Juntamente com a trajetória de Adelaide, que deixou a mãe e os nove irmãos em Minas para fazer o teste, o primeiro capítulo mostra a luta por espaço das gêmeas idênticas Giselle e Michelle Batista. Vale ressaltar que em “Clandestinos”, atores e personagens levam o mesmo nome. A brincadeira é parte do jogo de misturar ficção e realidade, proposta de Falcão.

Para Falcão, a chegada do projeto à televisão é uma vitória, mas ele não deve parar por aí. “Sem nenhum trocadilho, já que o programa vai ao ar de pois de A Grande Família, nós nos tornamos uma família de verdade. Na minha cabecinha, tenho planos para uma segunda temporada da minissérie e até para um filme”, fala o diretor, que ao longo de sua carreira já descobriu outros atores de talento. Foi Falcão, por exemplo, quem encontrou os baianos Lázaro Ramos, Vladimir Brichta e Wagner Moura durante os testes para o espetáculo “A Máquina”. As informações são do Jornal da Tarde.

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