Durante sua presença no Brasil, para participar do Festival do Rio, no começo de outubro, o diretor e roteirista italiano Gianni Di Gregorio falou bastante de sua parceria com Matteo Garrone, realizador do excepcional Gomorra, que estréia nesta sexta-feira (19), e também sobre o “Leoncino” – o Leão de Ouro para melhor filme de diretor estreante – que recebeu no recente Festival de Veneza, por Pranzo in Agusto.
Gomorra é uma adaptação de Matteo Garrone do romance de não ficção de Roberto Savério, autor jurado de morte pelo crime organizado. Toni Servillo – considerado por Di Gregorio “um ator na tradição de figuras míticas do passado, como Marcello Mastroianni” – é o persuasivo chefe criminoso de Gomorra. Ele acaba de ganhar o troféu de melhor ator europeu do ano por seu papel como Franco, que conduz o lucrativo negócio que consiste em transformar terras boas para agricultura em cemitérios para depósito de lixo tóxico.
Servillo admite que não foi fácil fazer o Gomorra. “Matteo (o diretor Garrone) filma somente em locações. Em todos os seus filmes, o cuidado com a escolha dos ambientes e a figuração faz parte de um método muito elaborado, por mais que seu realismo pareça espontâneo. No caso de ‘Gomorra’, tínhamos a Camorra de olho na gente, mas ao contrário de Savério (o escritor) eles perceberam que não estávamos documentando suas atividades e terminaram por nos deixar livres para filmar.” Gomorra concorre a uma vaga no Oscar.
