Estreia em SP nova montagem de ‘Norma’, de Bellini

Estreia hoje no Theatro São Pedro, em São Paulo, uma nova montagem de “Norma”, de Bellini, uma das óperas mais amadas do repertório lírico italiano – e que contém uma das mais célebres árias de todos os tempos, “Casta Diva”. Conta a história da sacerdotisa Norma, que mantém uma relação amorosa secreta com o oficial romano Pollione, com quem tem dois filhos. A história se passa no território da Gália durante a ocupação romana, meio século antes do nascimento de Cristo.

Obra-prima do bel canto, a montagem conta com a orquestra do teatro regida por Emiliano Patarra, cenários de Carla Café e figurinos de Carolina Bertier. No papel-título que fez a glória imortal de Maria Callas está Maria Pia Piscitelli (ela já encarnou Norma no Colón e na Ópera de Massy, França). E no elenco destacam-se outros talentos, como Marcello Vannucci (como Pollione), Denise de Freitas (Adalgisa) e Federico Sacchi (Oroveso).

Apesar desses atrativos, as atenções concentram-se mesmo na estreia do cineasta Ugo Giorgetti como diretor de cena em palcos líricos. Aos 68 anos, o oriundi de terceira geração traz em sua biografia ligações profundas com o mundo lírico. “Meu pai era engenheiro e intelectual”, conta ele. “Norma era uma de suas óperas preferidas e a ouvi muito desde criança. Quando a orquestra do Teatro São Pedro atacou o prelúdio sinfônico, me dei conta de que até enjoei dessa música, por tê-la ouvido tanto em criança.”

É possível que o convite para este primeiro trabalho lírico deva-se à sua afinidade com a música, uma de suas duas paixões básicas (a outra é o futebol). Do lado musical, Giorgetti assina um dos mais delicados e refinados documentários recentes, “Variações em Torno de Um Quarteto de Cordas”, em que enfoca a longa vida de Johannes Elsner, violista do Quarteto de Cordas do Teatro Municipal de São Paulo por mais de meio século.

“Sou homem de cinema, tenho de dar uma visão cinematográfica – pensei quando recebi o convite. E depois percebi que isso ocorre instintivamente.” Um desses diferenciais é a direção de atores. “A ópera – diz ele – está em descompasso com as conquistas do teatro e do cinema. Aqui se pratica um tipo de atuação estereotipada demais. Disse para os cantores que se expressassem mais pelo canto e menos pelos gestos. O cinema e a TV contaminaram tudo. Continuar com esse gestual é confrontar-se com essas áreas, e o público pode achar ridículo esse tipo de interpretação.” O público terá cinco chances para conferir a nova montagem da Norma, com nova proposta de direção de atores mais afim às técnicas cinematográfica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Norma – Theatro São Pedro (Rua Barra Funda, 171, Barra Funda). Tel. (011) 3667-0499. Quarta a sexta, às 20h30; sábado e domingo, às 17h. R$ 10 e R$ 20. Até 10/10.

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