Com elenco de primeira, investimento em torno de R$ 6 milhões, figurinos de Fause Haten e expertise da Broadway, estreia amanhã, no Teatro Bradesco, em São Paulo, o musical “O Médico e o Monstro”. Baseado no clássico da literatura “O Estranho caso de Dr. Jekyll e Sr. Hyde” (1886), do escocês Robert Louis Stevenson, o espetáculo brasileiro tem direção do americano Fred Hanson, diretor artístico da Broadway. Na trama, o médico Henry Jekyll procura a cura para a loucura de seu pai e resolve testar, em si mesmo, uma fórmula para isolar o lado mau das pessoas. A experiência não dá muito certo e ele acaba criando um monstro.
O musical é o quarto do gênero a estrear na cidade este ano. Apesar do investimento de R$ 6 milhões ser menos robusto do que o de outras produções que já passaram por São Paulo – “O Fantasma da Ópera” custou R$ 10 milhões e “Miss Saigon”, R$ 12 milhões -, a montagem tem todos os elementos que atraem o público. Os números impressionam. No elenco, são 28 atores. Na orquestra, 17 músicos executam as versões de Cláudio Botelho. Ao todo, são 200 pessoas trabalhando na produção.
Efeitos especiais, como cenas que envolvem fogo, chuva e voos sobre o palco, garantem a ação e arrancam suspiros de surpresa e aplausos entusiasmados. “Boa Parte dos investimentos foi usada nesses efeitos especiais”, diz Diego Ramiro, um dos produtores. O figurino, criado pelo estilista Fause Haten e que custou R$ 700 mil, é outro destaque. São mais de 250 peças que ajudam a recriar a atmosfera da Londres do século 19, com um trabalho impecável de bordados, drapeados e cores.
Um dos momentos mais esperados da peça, a transformação do Dr. Jekyll em Mr. Hyde, fica perfeito, graças ao trabalho corporal do ator Nando Prado, protagonista do musical e que já atuou em “A Bela e a Fera”, “O Fantasma da Ópera”, “Miss Saigon”. Cabelo, postura e impostação de voz mudam totalmente, bem diante do público. O bondoso médico dá lugar a uma criatura que cede a seus impulsos violentos, e, de certa forma, faz tudo o que Jekyll não consegue, por medo, ou excesso de educação.
Obcecado pelo trabalho, Jekyll deixa de lado a relação com a noiva, Emma, interpretada por Kiara Sasso – que também esteve em “A Bela e a Fera”, “O Fantasma da Ópera” e “Miss Saigon” – e se deixa controlar por Hyde, que mantém encontros com a prostituta Lucy, vivida por Kacau Gomes. Na derrocada de Jekyll, assassinatos e perseguições culminam na luta entre o bem e o mal. Com romance, suspense, ação, e alta qualidade de produção, o musical tem todos os ingredientes para agradar aos paulistanos, que desde a estreia de “Les Misérables”, em 2001, vêm se acostumando a ter um pedacinho da Broadway na cidade. As informações são do Jornal da Tarde.
Jekyll & Hyde – O Médico e o Monstro. R. Turiaçu, 2.100, Perdizes. Tel. (011) 3670-4141. De R$ 60 a R$ 190. De amanhã a setembro. Sessões das 17h às 21h30.