As vozes declamando os poemas não serão de Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia. Em 1922, eles e outros artistas das letras, música e artes plásticas revolucionaram a cultura brasileira ao se reunirem em São Paulo em um manifesto artístico para tentar renovar o ambiente cultural brasileiro. Suas obras e o clima da Semana de Arte Moderna voltarão hoje ao Teatro Municipal em uma homenagem que faz parte das comemorações do centenário da Academia Paulista de Letras (APL).

continua após a publicidade

O espetáculo “22, Semana de Arte Moderna” é uma criação do ator e diretor teatral Ayrton Salvanini. Em um palco ilustrado com quadros dos pintores modernistas Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, o ator interpreta os principais poemas que marcaram o evento de 1922, acompanhado de um violinista com obras de Heitor Villa-Lobos. Embora em tempos diferentes, o tom de protesto com poemas críticos à sociedade – como “Ode ao Burguês”, de Mário de Andrade – volta a ser o foco.

Os organizadores afirmam que não há contradição em a APL realizar um evento em homenagem à Semana de Arte Moderna – um dos principais focos de ataque dos artistas modernistas era justamente a tendência do “academicismo nas artes”. “É uma homenagem artística à Semana. Não se trata de uma discussão do mérito, até porque a importância de 1922 já foi reconhecida por todas as academias”, diz o produtor Antonio Clementin, um dos organizadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

continua após a publicidade