O show de Katy Perry é um espetáculo visual tão frenético que suas músicas acabam ofuscadas pela luzes, nuvens de fumaça, dançarinos fantasiados de cavalos e suas milhares de roupas coloridas e brilhantes.
Escalada para encerrar o Rock in Rio 2015 já na madrugada desta segunda-feira, 28, (missão que nas últimas edições esteve nas mãos mais experientes de Guns N Roses e Iron Maiden), ela fez o fãs cantarem, gritarem e dançarem, mas a apresentação é tão artificial e cheia de firulas que sobra pouco espaço para a autenticidade.
Ela pula corda, aparece vestida de Cleópatra em cima de um cavalo formado por dois dançarinos, veste roupas que brilham no escuro, passa vídeos de bichinhos no telão e chama fãs ao palco.
“Eu sei que ‘ti amo’ é ‘I love you’, certo? Eu sou ‘Katy’, certo?”, para aplausos entusiasmados. Ela chama uma ‘KatyCat’ – como são conhecidos seus fãs – ao palco e tenta repetir seu nome. Engraçadinha, pede para a jovem Raiane ensiná-la algumas palavras em português, leva uns beijinhos no pescoço. E é isso.
“Esse é o maior show da nossa turnê! Brasil sempre tem os maiores amantes de música do mundo, é incrível”, disse Perry antes de dedicar ‘Unconditionally’ a “todos os brasileiros aí”.
Era impressionante a quantidade de crianças de colo que lutavam contra o cansaço para ver a atual heroína do pop de longe. No gargarejo, milhares de pulseiras de patrocinadores piscavam em ritmo frenético.
Sensualíssima fora do palco, ela sabe que tem que controlar as coisas para a plateia teenager que alimenta. Ensaia uns movimentos em ‘Kissed a Girl’, sua música mais interessante, e quando volta vestida de gatinha as coisas já estão normais.
Comparado com a explosão dance de Rihanna no dia anterior, a apresentação de Katy Perry é um apanhado de brincadeiras inocentes.