A revelação Maria Gadú começou lá. O Fino Coletivo também. O veterano Marcos Valle escolheu seu micropalco para a gravação do DVD Conecta. O Cinemathèque, casa com espírito alternativo que funcionou num imóvel alugado em Botafogo, desde 2007, silenciou no último fim de semana, deixando na mão um público ávido por novidades e carente de espaços para shows.

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Numa cidade em que o palco mais tradicional, o Canecão, passa por problemas na Justiça, em que praticamente não há lugares para se ouvir jazz e bossa nova (com o fechamento do Mistura Fina e outras do gênero), e onde os maiores locais são grandes e longe demais (Arena, para até 15 mil pessoas, e Citibank Hall, para 8,4 mil, na zona oeste), a notícia é mais triste ainda.

“Aqui é o lugar de quem está começando. Hoje vim pelo Autoramas”, contou a publicitária Ana Beatriz Bordini, de 22 anos, na sexta, noite do show da despedida. “O Rio tem muito lugar pra samba, tem a Lapa, mas é só”, reclamou o cineasta mineiro Marcio Ventura, de 31, habitué do Cinemathèque.

O proprietário Leo Feijó (sócio de Daniel K e Rodrigo Pinto) foi contactado pelos donos do imóvel recentemente, com a notícia de que ele seria demolido. Leo encerra suas atividades ali, mas já procura outro ponto. “Paramos no melhor momento, de programação, público e faturamento”, lamenta Leo, que, com sua casa, acabou por dar fôlego ao chamado Baixo Botafogo, com a abertura e incremento de bares e os cinemas de arte que já existiam.

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O problema não é só o fim do Cinemathèque. “As outras cidades tem dois ou três lugares para cada tipo de artista. No Rio, não tem”, reclama Carlos Costa, empresário de Ivan Lins. Quando vier divulgar o CD Intimate, que gravou na Holanda, Ivan gostaria de tocar no Teatro Tom Jobim. “Mas lá também não tem estrutura de som e de luz para um show como o dele.”

João Mário Linhares, que hoje trabalha com Ney Matogrosso, Roberta Sá e já passou por Nana Caymmi, MPB 4, João Bosco, Fernanda Abreu, Edu Lobo – são 35 anos de show biz -, sente falta de casas com 500, 600 lugares (caso do Tom Jobim). “Lembro do Gal Tropical em cartaz por seis meses… E do Tom Jobim dizendo que tudo que ele mais gostava era fazer temporada no Canecão de quinta a domingo”, diz Linhares, para quem a solução é a abertura de casas novas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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