A escritora Clara Averbuck denunciou o estupro que sofreu neste domingo, 27, por um motorista do Uber. Pelo Facebook, ela escreveu nesta segunda-feira, 28, o relato em que detalhou o ataque, dizendo estar machucada e avaliando se registraria queixa por não querer se “submeter à violência de Estado”. “O mundo é um lugar horrível para ser mulher”, protestou. A empresa disse ter banido o motorista.
Na postagem, Clara começa dizendo ter virado estatística de novo. “Queria chamar de ‘tentativa de estupro’ mas foi estupro mesmo. Tava bêbada? Tava. Foda-se”, escreveu. “O nojento do motorista do Uber se aproveitou meu estado, minha saia, minha calcinha pequena e enfiou um dedo imundo em mim, ainda pagando de que estava ajudando ‘a bêbada’.”
Ela continua: “Estou decidindo se quero me submeter à violência que é ir numa delegacia da mulher ser questionada, já que a violência sexual é o único crime que a vítima é que tem que provar. Não quero impunidade de criminoso sexual mas também não quero me submeter à violência de estado.” Ela conta ter levado várias mulheres à delegacia e diz saber o que a espera.
“Estou com o olho roxo e a culpa de ter bebido e me colocado em posição vulnerável não me larga. a culpa não é minha. Eu sei. A dor, a raiva e a impotência também não me largam. Estou falando tudo isso para que todas as que me lêem saibam que pode acontecer com qualquer uma, a qualquer momento, e que o desamparo e o desespero são inevitáveis. O mundo é um lugar horrível pra ser mulher”, acrescenta.
Em nota, o Uber disse repudiar “qualquer tipo de violência contra mulheres”. “O motorista parceiro foi banido e estamos à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações. Acreditamos na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência contra a mulher.”