A escritora brasileira Lygia Bojunga foi anunciada vencedora de um prêmio literário da Suécia e será agraciada com um prêmio de cerca de US$ 660 mil (quase R$ 2 milhões). A escritora, conhecida por suas obras para crianças, deve receber o prêmio da rainha Vitória em uma cerimônia marcada para o dia 26 de maio, em Estocolmo. O júri do prêmio Astrid Lindgren de Literatura disse que Lygia “dissolve as fronteiras entre fantasia e realidade com toda a empolgada facilidade de uma criança brincando”. “De uma forma profundamente original, ela mescla ludismo, beleza poética e humor irreal com crítica à sociedade, um amor à liberdade e uma forte empatia pela criança vulnerável.”
Andersen
Essa não é a primeira vez que Bojunga, que publicou seu primeiro livro em 1972, recebe um prêmio internacional.
Em 1982, ela foi agraciada com o prêmio Hans Christian Andersen, da Dinamarca. Lygia Bojunga, nascida no Rio Grande do Sul e radicada no Rio de Janeiro, publicou seu mais recente livro, Retratos de Carolina, em 2002.
Algumas de suas obras mais conhecidas são Os Colegas (sua obra de estréia) e Angélica (de 1975).
O prêmio Astrid Lindgren foi instituído pelo governo sueco no ano passado, quando foi dividido pela escritora austríaca Christine Noestlinger e pelo escritor e ilustrador americano Maurice Sendak.
Lygia Bojunga
Lygia Bojunga nasceu em Pelotas, em dia 26 de agosto de 1932. Tinha oito anos quando se mudou para o Rio de Janeiro. Adolescente, estudou dois anos em Belo Horizonte, retornando ao Rio. Aos dezenove anos Lygia abandonou um vestibular de medicina ao se classificar em primeiro lugar nos testes que Pascoal Carlos Magno realizava no Teatro Duse, em Santa Teresa, iniciando assim a carreira de atriz. Em seguida passou a fazer parte do teatro profissional de repertório de Henriette Morineau.
Casou-se aos vinte e um anos. Dois anos depois abandonou o teatro. “Convivi então com o rádio. Depois com a televisão: representando, escrevendo, traduzindo, adaptando. E aí aconteceu o meu encontro com o fazer literário. Um encontro tão forte, tão cheio de afinidade, que, quando me dei conta, já tinha assumido por completo a minha vocação de escritora.
Em 1982, a escritora se mudou para a Inglaterra. “Foi lá que eu compreendi por inteiro que o escritor é cidadão da sua língua; comecei então a alternar o meu tempo de Londres com um tempo de Rio; mas não ouvir a minha língua vai ficando uma penalidade cada vez maior, então eu ando esticando cada vez mais o meu tempo de Rio…”
Lygia Bojunga teve todos os seus livros premiados no Brasil, recebeu prêmios internacionais, e em 1982, pelo conjunto de sua obra, recebeu a medalha “Hans Christian Andersen”, o mais prestigioso prêmio internacional do gênero. Foi traduzida para dezenove idiomas.
