Escritor Álvaro Mutis morrre aos 90 anos

O escritor Álvaro Mutis, que morreu na tarde de domingo, 22, aos 90 anos, no Instituto Nacional de Cardiologia, no México, não era tão conhecido no Brasil como é seu melhor amigo por mais de meio século Gabriel García Márquez. Porém, é considerado um dos principais nomes da literatura latina.

Ao longo de uma carreira em que buscou conciliar o ofício da escrita com outras funções – foi locutor de rádio, chefe do setor de publicidade de uma companhia de seguros, depois de um consórcio cervejeiro e de uma empresa aérea -, Mutis publicou 23 títulos, sem contar as antologias, entre poesia, romance e ensaio, mas apenas quatro deles foram lançados no Brasil: os romances A Neve do Almirante e A Última Escalada do Velho Cargueiro (Record), nas livrarias, e os esgotados Poesias e Llona Chega Com a Chuva, disponíveis em sebos.

Acumulou, também, importantes prêmios: o Cervantes (2001), o Príncipe de Astúrias e o Reina Sofía de Poesia (1997) e o Médicis de melhor romance estrangeiro publicado na França por A Neve do Almirante (1998).

Filho de diplomata, Álvaro Mutis nasceu em agosto de 1923 em Bogotá e desde 1956 vivia no México. Não era muito afeito à política, e brincava que o último fato que o preocupou foi a Queda de Constantinopla, em 1453.

No Twitter, García Márquez lamentou a morte do amigo com uma única palavra: “Mutis”.

Leitor de Machado de Assis e Graciliano Ramos, o colombiano também era um grande admirador da poesia brasileira. Em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo” em 2006, quando A Neve do Almirante foi publicado aqui, ele disse: “Acredito que a poesia brasileira é a mais sólida da América Latina. E o mais curioso é imaginar um país que, na época romântica, tinha um escritor como Machado de Assis, que agarrava a realidade pelo pescoço e, muitas vezes, a transformava em poesia também.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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