Erotismo masculino

A Boa Fortuna, da escritora inglesa Mary Gordon (tradução de José J. Veiga, Bertrand Brasil, 322 págs.), é um romance erótico, tendo por base um modelo do século masculino. A personagem principal é Mônica Szabo, pintora de meia-idade bem-sucedida, que vê a sua vida se transformar quando, em uma palestra em sua galeria, faz a seguinte pergunta: “Onde estão os modelos masculinos?” E imediatamente ecoa da platéia uma resposta: “Bem aqui!”.

É a voz de B (assim ela passará a chamá-lo), milionário do mercado de futuros que acompanha a carreira da artista e lhe oferecerá tudo que ela deseja para aprimorar o seu desempenho profissional: tempo, espaço, apoio financeiro incondicional, sexo quando assim ela desejar (e nunca quando ela não quiser), e ele próprio como modelo.

A partir das sessões de pintura, o peculiar relacionamento de Mônica e B vai se modificando. A artista inicia uma nova e controversa série de telas inspirada em mestres da Renascença italiana, na qual uma figura semelhante à de Cristo não é retratada como morta, mas como o que ela chama de “pequena morte”, oriunda do êxtase pós-orgásmico.

Ao expor essa nova série, Mônica é elogiada pelos críticos, mas condenada pela direita cristã, o que faz com que se torne uma estrela da mídia e uma pintora rica. E é nesse ínterim que B sofre uma perda significativa na bolsa de futuros, e o problema se resumirá em saber se Mônica irá apoiá-lo, como outrora ele fizera com ela.

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