"Não me achava bonita!

“Era muito tímida e sofria bullying”, diz miss Brasil Raíssa Santana

Para muitas meninas, vencer o bullying e a timidez já é uma vitória. Passar por isso na infância e ganhar o título de Miss Brasil é uma conquista maior ainda. E é justamente esse êxito que a baiana radicada no Paraná Raissa Santana, de 21 anos comemora. Natural de Itaberaba, na Bahia, ela mudou-se com a família para São Paulo com apenas um ano de idade e aos seis foi morar em Umuarama. E foi no Paraná que ela viu a vida se transformar. Raissa venceu todas as etapas do concurso pelo estado até conquistar o Miss Brasil 2016, no último dia 01 de outubro.

Durante a infância, porém, ela nem imaginava que podia ser eleita a mulher mais bonita do país. “Eu era uma menina muito tímida, sofria bullying por ser negra e diferente e não me achava bonita”, conta. Foi aos 15 anos, enquanto trabalhava em uma academia, que ela recebeu um convite de um amigo para participar de um concurso de beleza. “Minha primeira reação foi não aceitar. Imagina, eu nunca achei que eu podia”, brinca.

Vencida o primeiro obstáculo – o de se olhar no espelho e achar que era capaz – Raissa decidiu participar de uma disputa municipal de beleza. Em 2015 venceu sua primeira prova e, como prêmio, recebeu bolsas de estudos, tratamentos estéticos e o direito de participar do Miss Paraná, com todas as despesas pagas. Foi quando sua vida começou a dar uma guinada.

Filha de uma empregada doméstica e com quatro irmãos, ela sempre teve que ajudar em casa e começou a trabalhar desde muito jovem. “Vencer os concursos e poder participar do Miss Brasil é uma amostra que o mundo dá voltas. Fico muito feliz de estar vivendo isso”, conta. Para ela, a própria experiência é importante para incentivar outras meninas que querem seguir o sonho de ser modelo e que também é possível se mostrar além da beleza.

Raissa concorda que o Miss Brasil tem apostado mais em um conjunto de qualidades para eleger a vencedora. “E eu quero mostrar que isso é possível. A beleza vai além da física. É preciso mostrar o que está por dentro do ser humano, ser uma pessoa confiável, simples e do bem”, diz. É essa mensagem que ela quer passar para as pessoas como representante da beleza brasileira em 2016. “A beleza é independente da raça. Beleza é se sentir bem”, enfatiza.

A estudante de Marketing avisa que vai precisar trancar a faculdade por um tempo, mas por um bom motivo. “Não tenho como falar dos projetos futuros ainda, mas por enquanto vou me preparar para o Miss Universo, que está bem perto”. Ela vai representar o Brasil no concurso que acontece nas Filipinas, em janeiro. Até lá, ficará morando em São Paulo.

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