Entre imagens e palavras

Está nas livrarias Minority Report – A Nova Lei (Editora Record), uma coletânea de contos de Philip K. Dick, mestre da ficção científica, que inspirou o cineasta Steven Spielberg a realizar o filme estrelado por Tom Cruise. E pela Estação Liberdade, retorna às livrarias O Anjo Azul, clássico de Heinrich Mann, celebrizado nas telas por Marlene Dietrich.

Philip K. Dick, mestre da ficção científica e criador de histórias cultuadas no meio literário e também nas telas, com Blade Runner e Vingador do Futuro, volta às telas. O conto Minority Report, que dá nome ao livro, inspirou Spielberg a realizar o filme homônimo que está em cartaz no País. Houve, ainda, outras adaptações de Dick, como Screamers – Gritos Mortais e Impostor, sem mencionar a produção francesa Confissões de um Doido, sobre a vida nos EUA da década de 1950.

Para abrir a antologia, o conto Minority Report – A Nova Lei mostra um mundo futurista onde não há crimes, pois eles são previstos antes de acontecerem. Os culpados presos antes de cometê-los, num programa chamado pré-crime, que envolve viagem no tempo. O detetive John Anderton (Tom Cruise) descobre que foi indiciado como futuro criminoso e começa uma corrida contra o relógio para solucionar sua própria infração. Minority Report retoma os principais ingredientes da obra de Dick: paranóia, complexas crises de identidade e muita ação.

Além de Minority Report, outras histórias foram incluídas neste livro, entre elas Impostor, A segunda variedade e Podemos recordar por você, por um preço razoável. Dick morreu há vinte anos, pouco tempo antes da estréia de Blade Runner, transformando-se de imediato em um autor conhecido. O interesse por seu trabalho aumentou e Dick tornou-se unanimidade no meio literário. Hoje, leva seu nome o mais importante prêmio de ficção científica do mundo, o Philip K. Dick Award.

Clássico alemão

O Anjo Azul, de Heinrich Mann, é uma obra que entrou para a história da literatura pelas mãos do cinema (direção de Josef von Sternberg) e pelo rosto da atriz Marlene Dietrich. O romance, o mais conhecido do autor alemão, foi para as telas 25 anos depois de sua publicação, quando ficou famoso e notabilizado também pela atuação do ator Emil Jannings. Jannings encarna o professor Unrat, que enquanto fustiga seus alunos a golpes de traduções de Homero e de relações sobre Schiller, vê-se enlaçar rumo à perdição pelos tentáculos de uma “dançarina de pés descalços”, que o leva às últimas conseqüências na “desmoralização de uma cidade inteira”, embora sem deixar oficialmente sua “visão sequiosa da humanidade oprimida implorando por misericórdia”.

Henrich Mann relatou em uma carta como nasceu seu personagem: “Certa vez, eu estava sentado no Teatro Alfieri em Florença, sem nenhum pensamento específico; quando chegou o intervalo, comprei um jornal e li uma notícia de Berlim sobre um tal Professor X, que passou pelos mais tristes infortúnios devido a uma ligação afetiva com uma cantora de cabaré. Nesse momento de inspiração e abandono, o Professor Unrat começou a viver. Constatei mais tarde que a pessoa que realmente o inspirara era na verdade um redator da Bolsa de Valores. Para mim, no entanto, aquela figura fora do comum era desde o primeiro instante um professor de ginásio, um homem de disciplina e autoridade firmes, fadado a decair, dissolver-se em anarquia e mostrar a face oculta do tirano…”

Em 15 de setembro de 1905, numa carta para Ludwig Wers, o autor observaria ainda: “Meu Professor Unrat tem alcançado algum sucesso, contra minhas expectativas. Em termos de conteúdo, parece representar o máximo que a inteligência pública consegue assimilar.”

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