A escritora australiana Colleen McCullough, depois do sucesso de Pássaros Feridos e da série O Primeiro Homem de Rona, volta-se para um clássico grego, a Guerra de Tróia.

A Canção de Tróia (tradução de Maria D. Alexandre, Bertrand Brasil, 616 páginas) reproduz as conseqüências do romance entre Páris e Helena. E contadas das perspectivas de seus protagonistas: Príamo, rei de Tróia, condenado a tomar decisões erradas pelos motivos certos; a princesa grega Helena, uma beldade escrava dos seus desejos e que abandona um marido enfadonho pelo amor de outra beldade, tão escravo dos seus desejos como ela – o príncipe Páris; a máquina de guerra perseguida por uma maldição que é Aquiles; o heroicamente nobre Heitor; o sutil e brilhante Ulisses; Agamêmnon, o rei dos reis, que consente o horror com o intuito de lançar ao mar os seus mil navios e que, por isso mesmo, atrai a inimizade da sua mulher Clitemnestra.

Sem abandonar sua natureza heróica eles não perdem seu caráter semidivino e fascinam o leitor, levando-o a sentir empatia ora pela Grécia, ora por Tróia, à medida que cada uma envereda inexoravelmente para um desfecho que nem mesmo os deuses podem evitar.

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