Logo na abertura de Dance, dance, dance, a Band tenta seduzir através dos muitos ?takes? musicais. Em ritmo de clipe da MTV dos anos 80s, bailarinos evoluem numa coreografia bem marcada ao som da agitada canção de mesmo nome da trama. E a roteirista Yoya Wursch soube equilibrar o espaço dos números de dança na trama, sem transformar o folhetim num musical costurado por cenas coreografadas. A boa dosagem das imagens recheadas por sapatilhas consegue contar a história que tem um certo clima de ?déjà vu?: a sofrida e bela jovem interiorana Sofia, de Juliana Baroni, sonha em dançar na Broadway.
A atriz ruiva, que deu adeus aos tubinhos sensuais e colantes de Miriam, sua personagem em O profeta, na Globo, agora é vista com vestidos fechados, floridos e folgados para dar vida à aspirante a dançarina. Juliana se destaca nas cenas em que aparece tanto dançando quanto se envolvendo com o riquinho Rafael, do estreante Ricardo Martins. Apesar de ser a típica história da Cinderela, os atores mostram bom entrosamento em cena e se sobressaem em meio ao elenco, quase todo deficiente de boas atuações. Com exceção do vilão Lúcio, de Eduardo Galvão, que vive o tirano pai do mocinho.
Com esse conflito em família, é mais do que previsível que Sofia, como boa mocinha padrão, ainda vá chorar rios ao longo da história. Já para o mocinho, nem o cavalo branco falta, pois o riquinho ostenta um belo e alvo puro-sangue em boas tomadas externas gravadas no interior de São Paulo. O único defeito do bom-moço, com ar de rebelde, é ser noivo de uma ?patricinha? sem sal, Amanda, interpretada por Dayenne Mesquita.
Independentemente de cair constantemente no lugar-comum ao longo das cenas, o folhetim é a grande aposta da emissora, que conseguiu a satisfatória média de cinco pontos com a antecessora Floribella. Gravada em alta definição – HDTV, a trama alcançou o terceiro lugar na audiência em sua estréia e obteve a mesma média de cinco pontos, com pico de sete.
Embora esteja no terceiro lugar no pódio, a mesma média de Floribella – que estreou com 3,5 pontos de média – é motivo de comemoração na Band. Isso sem falar que a última trama da emissora foi uma tentativa fracassada. Paixões proibidas nunca passou de dois pontos de média. Recentemente, o seriado norte-americano Família Dinossauro, que ocupava o horário das 20h15, dava média de seis pontos. Isso prova que este horário na grade é mais assistido por crianças e adolescentes. Público que pode se deixar levar pelos passos lacrimosos da novelinha musical.