Enigma nos campos de trigo (conclusão): O mistério continua no ar

O que mais tem incomodado os estudiosos do fenômeno dos círculos nos trigais ingleses são exatamente as inusitadas e singulares características das figuras. Além da crescente complexidade dos desenhos, as plantas continuam sendo preservadas. Não são quebradas nem amassadas. Um processo ainda inexplicado provoca apenas o entortamento dos caules, num ângulo de 90 graus, sem nenhuma evidência de toque físico. Mesmo estando lado a lado, as plantas, às vezes, são vergadas em direções opostas (sentidos horário e anti-horário ou espiralado), com um belo e desconsertante efeito visual.

Os analistas, que há mais de vinte anos vêm estudando o fenômeno, acreditam estar exatamente aí o significado das exóticas figuras. Mas, infelizmente, os seus autores não deixaram nenhum manual de decodificação, que nos permitisse interpretá-las” – lamenta George Wingfield, um dos veteranos no assunto.

Ademar J. Gevaerd, editor da revista UFO, a maior e mais respeitada publicação nacional inteiramente dedicada ao estudo dos Ovni e seus tripulantes, editada em Campo Grande, MS, e circulando há dezoito anos, também esteve nos campos de Alton Barnes, no Sul da Inglaterra, a 30 km do complexo turístico de Avebury.

– É ponto pacífico entre os pesquisadores do mundo inteiro – conta Gevaerd – que os círculos e demais desenhos nas plantações inglesas representam algum tipo de mensagem codificada. Há um componente inteligente por trás das manifestações, sem sombra de dúvida.

O círculo visitado por Gevaerd situava-se a cerca de 200 m de uma rodovia razoavelmente movimentada e, como os demais, teria surgido da noite para o dia e resistido à insistente chuva que caía na região. Era um anel simples de aproximadamente 20 m de diâmetro com uma esfera de 6 m posicionada em seu segmento inferior. Ao lado, à direita, havia outra esfera de 3 m de diâmetro, isolada da figura principal. A coroa do círculo teria cerca de 1,5 m de largura. No seu interior, as plantas haviam sido dobradas de forma espiralada, no sentido horário. Foi constado vestígios de radioatividade nos caules e no solo dentro dos círculos.

– Outra curiosidade – revela A. J. Gevaerd – é que não existe entre as plantas entortadas e as intactas, nas áreas limítrofes do desenho, uma única que esteja mais ou menos dobrada. Ou seja: o fenômeno é simplesmente perfeito. Não há como não se admitir isso!

Mensagens cifradas

Estariam esses artistas cósmicos enviando, através dessas gigantescas figuras, mensagens cifradas, que se complicam e sofisticam a cada ano que passa, sem que tenhamos capacidade de decifrá-las? Os chamados circólogos acham que sim.

O certo é que os círculos simples dos anos 80 foram evoluindo gradativamente, passando a formar figuras complicadas e instigantes, de beleza invulgar, como a de um sistema solar, de um escorpião, de um chip de computador, de uma teia de aranha e até a… pasme o leitor!.. de um rosto alienígena…

Praticamente todos os desenhos surgem durante à noite, em meio ao silêncio e à escuridão. A única anomalia registrada por alguns moradores da região é que os cães (e os animais em geral) ficam muito agitados nas noites em que surgem os sinais. Há também quem afirme que os pássaros e insetos evitam sobrevoar os locais atingidos.

Outro estudioso, o paulista Wallacy Albino, presidente do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista e autor do recém-lançado livro O Mistério dos Círculos Ingleses (veja matéria anexa), informa que, em junho/julho de 1990, os integrantes de uma expedição organizada para explorar as figuras entre as localidades de Silbury Hill e Wansdyke, ouviram uma série de zumbidos, semelhantes ao som de abelhas, procedentes do interior das plantações. Dias depois, surgiu ali um extraordinário pictograma medindo 130 m de comprimento.

Luzes misteriosas

Embora os estudiosos estejam ainda longe de oferecer uma solução para o enigma, hoje já se pode festejar ao menos algumas conclusões, enumeradas pelo editor de UFO. A primeira delas é que os círculos têm obrigatoriamente um componente extraterrestre. Ou seja: não são construídos pela inteligência humana. Isto é sustentado pelo fato de que muitas pessoas, fazendeiros ou observadores acampados nos locais do fenômeno, vêem com certa freqüência misteriosas luzes não identificadas sobrevoarem as plantações pouco antes do aparecimento dos círculos e desenhos. Essas bolas de luz – conhecidas como sondas ufológicas – já chegaram a ser filmadas e fotografadas, embora com pouca qualidade de imagem. Há também evidências de que alguma energia desconhecida ou ainda não catalogada produz uma modificação biológica nas células das plantas, que passam, inclusive, a ser genéticas, o que é transferido para as plantas geradas por suas sementes.

Outra certeza é que os sinais têm estreita ligação com os sítios arqueológicos ingleses, levando à suposição de que quem quer que os esteja criando tem ou teve algum parentesco com as populações medievais que habitaram os locais no passado, especialmente os celtas e druidas.

No Brasil

Em nosso País, são raros os casos desses exóticos círculos. Em dezembro de 1996, no entanto, por volta das 17h, dois agrimensores que faziam o seu trabalho em um charco nas proximidades da Escola de Especialistas da Aeronáutica, em Guaratinguetá, SP, depararam com uma circunferência simétrica com cinco metros de diâmetro. A vegetação fora dobrada no sentido horário e os filetes de capim não estavam quebrados. Os moradores da região narraram ao pesquisador Walter de Oliveira, do grupo UFOL de Lorena, SP, que, duas noites antes do surgimento do círculo, foram observadas luzes alaranjadas sobrevoando o local.

Em maio de 2000, estranhas formações circulares foram também encontradas nos canaviais de propriedades rurais de Campos dos Goitacazes, no norte do Rio de Janeiro. Um piloto de ultraleve afirmou que os desenhos surgiram de um dia para o outro, sem qualquer explicação. Aparelhos medidores de intensidade radioativa registraram 0,4 roentgen (unidade de medida) em uma escala de 0 a 10. Não se tem conhecimento de nenhuma entidade oficial, civil ou militar envolvida no caso.

 

LEGENDAS

Um conjunto de formas e desenhos para ninguém botar defeito. Imagens captadas no site uol e na revista UFO (autor: Steve Alexander). Da esquerda para a direita, do alto para baixo: (1) Figura encontrada em Silbury Hill, em 24 de julho de 1999. (2) “Sistema Solar”, fotografado em 22 de junho de 1995, em Longwood, Winchester. Retrata a posição precisa dos planetas em torno do Sol (com a ausência da Terra). A formação dessas órbitas só ocorre a cada 67 anos. A última foi em 1971; a próxima deverá ser em 2033. Será algum aviso?(3) Em 19 de agosto de 2001, o radiotelescópio Chilbolton, de Hampshine, captou este sinal totalmente original. É incrível a semelhança do desenho com uma mensagem radiobinária que a Nasa transmitiu, através do Projeto Seti, em 16 de novembro de 1974, do radiotelescópio Arecibo, em Porto Rico. O desenho na plantação contém um código binário exatamente na seqüência da mensagem original do Seti. Há quem diga que se trata de uma resposta àquela transmissão.(4) Mistura de inseto com aracnídeo, uma espécie de escorpião, surgida em 7 de julho de 1994, em Devizes.(5) Os pesquisadores batizaram essa figura de “Braço Espiral da Galáxia”. Encontrado em 12 de agosto de 2001, em Wiltshire. Medindo 235 m, compunha-se de 409 círculos, alguns com até 21 m de diâmetro. Pesquisas magnetotérmicas e eletrostáticas revelaram que cada anel concêntrico emitia uma leitura eletrostática de mais de 80 volts.(6) “Esquadra de Discos Voadores”, aparecida em 25 de junho de 1999, em West Overton, assim denominada por lembrar uma frota de ufos. Cientistas constataram a inexistência de qualquer vestígio de DNA humano na formação.(7) Formação fotografada em 8 de agosto de 1998, em Beckhampton, Wiltshire.(8) Pictograma encontrado em Barbury Castle, em junho de 1999.(9) Outra figura surgida da noite para o dia, em 5 de agosto de 2001, no Sul da Inglaterra.

Os sinais estão no solo

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