Tradição

Encenação da Paixão de Cristo emocionou o público

Milhares de pessoas se emocionaram ontem com a tradicional encenação da Paixão de Cristo, realizada pelo Grupo Lanteri, na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba.

Quem acompanhou a apresentação, que é tradicionalmente realizada na Sexta-feira Santa, pôde conferir as novas cenas do espetáculo Vida, Paixão e Morte de Jesus Cristo, além de um verdadeiro show de luzes e efeitos especiais.

O espetáculo, que teve entrada franca, também contou com a arrecadação de alimentos não perecíveis, que serão encaminhados para a Fundação da Ação Social (FAS) de Curitiba. A expectativa dos organizadores era de que 20 mil curitibanos fossem ver a encenação.

A montagem do grupo, que conta com mais de 1,2 mil componentes, mostrou as principais passagens da vida pública de Jesus Cristo. Entre as cenas foram representados o batismo, o sermão da montanha, a cura do cego, a ressurreição de Lázaro, o apedrejamento da mulher adúltera, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, a Santa Ceia, além da crucificação e da ressurreição de Cristo.

Para o vendedor Calixto Monteiro, que assistiu a primeira encenação do Grupo Lanteri, em 1991, a apresentação melhora a cada ano que passa. “É uma satisfação muito grande. É uma apresentação que mexe com o sentimento do cristão”, afirma.

Já para a auxiliar administrativa, Angelita Conceição, que assistiu a peça pela primeira vez, a cena em que Jesus é apresentado ao povo ao lado de Barrabás foi uma das mais marcantes da apresentação. “É uma cena forte, tão emocionante quanto o momento da crucificação”, conta.

O ator Marcelino Ostrowski, que interpreta o personagem Barrabás, concorda que a cena em que Pôncio Pilatos lava as mãos é uma cena tensa. Ostrowski, que participa da encenação há 13 anos, conta que o grupo ficou satisfeito com o número de espectadores presentes. “Foram quase 40 dias de ensaio e dedicação que valeram a pena. É gratificante mais uma vez se emocionar com o público”, diz.

Novas cenas

Segundo um dos diretores do espetáculo, Edson Martins, para este ano foram implementadas duas novas cenas. Uma delas foi a ressurreição do filho da viúva da cidade de Naim.

Outra inovação foi a narrativa da personagem Maria Madalena, que relatou a história como testemunha ocular dos acontecimentos. “Dessa maneira acreditamos que o público vai entender melhor os desdobramentos dos fatos que marcaram a vida e a Paixão de Cristo”, disse Martins. “Temos um público cativo que comparece todo ano. Por isso, a cada espetáculo procuramos inovar em respeito a esse público”, comenta.

Martins lembra que a peça é encenada há 32 anos, dos quais os últimos 19 foram na Pedreira Paulo Leminski. Antes a Paixão de Cristo era encenada no Largo da Ordem, depois no Centro Cívico.

“Foi o primeiro espetáculo cultural realizado na Pedreira. Antes, com a mesma peça, já havíamos inaugurado o setor histórico do Largo da Ordem, em 1979. Hoje o evento faz parte da programação cultura da cidade”, diz.

O primeiro espetáculo do Grupo Lanteri aconteceu em 1978, numa iniciativa dos jovens da Paróquia de São Paulo Apóstolo, na Vila São Paulo. Depois, o grupo foi convidado a apresentar-se no Setor Histórico de Curitiba e, desde 1991, ocupa a Pedreira Paulo Leminski.

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