A cobertura da apuração do segundo turno das eleições, amanhã, leva uma enorme vantagem sobre a que se viu no dia 6 de outubro: será mais rápida. Afinal, serão eleitos apenas presidente e governadores. Mas apesar do processo, tanto de votação quanto de apuração, ser mais simplificado, as principais emissoras do país praticamente mantiveram a programação dedicada ao primeiro turno. Band, SBT, Record, Globo, Rede TV! e Rede Brasil começam a cobertura às 8h, quando serão abertas as urnas. Durante todo o dia, flashes ao vivo vão mostrar um panorama da votação em todo o país.
A partir das 17h, todas as atenções se concentram nos resultados fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral – só a partir das 19h as pesquisas de boca de urna poderão ser divulgadas.
Na Record, o Apuração Eleições 2002, ancorado por Bóris Casoy, entra no ar às 16h50. O jornalista vai receber analistas, especialistas em marketing político e alguns dos candidatos eleitos no primeiro turno.
Dácio Nitrini, responsável pelo núcleo do Jornal da Record, acredita que a principal diferença em relação ao primeiro turno será o tom das análises. “Vamos nos concentrar na perspectiva de mudança na linha econômica, porque é o mais importante para o país”, justifica o jornalista, para quem o dia 28 será uma espécie de “dia D” para a economia brasileira.
Também a Band mantém praticamente a mesma programação do primeiro turno, com uma pequena mudança de foco. “É evidente que a proposta muda. Vamos discutir muito mais o Brasil que vem aí do que os detalhes da campanha”, avalia Fernando Mitre, diretor nacional de jornalismo da emissora.
O Band Eleições 2002 entra no ar às 17h, com a presença de líderes como José Dirceu, do PT, e José Aníbal, do PSDB, e entrevistas ao vivo com os governadores eleitos no segundo turno, diretamente de seus estados. Mitre adianta que as análises devem priorizar as primeiras medidas dos governantes eleitos, os projetos prioritários, as perspectivas, as alianças no Congresso e o nível de governabilidade do presidente eleito. “Será uma cobertura necessariamente mais rica, embora menos complicada”, garante o diretor.
Na Rede Brasil, o Eleições 2002 – Na Hora do Voto fica no ar das 18h às 22h30, mas a equipe de 150 profissionais continua de plantão até que o presidente eleito faça seu primeiro pronunciamento. O programa, misto de telejornal e mesa de debates, tem confirmadas as presenças de alguns dos campeões de voto no Rio de Janeiro: a juíza Denise Frossard, do PSDB, e o professor Chico Alencar, do PT, eleitos para a Câmara Federal, e o deputado estadual Carlos Minc, também do PT. Os debates, mediados pelas jornalistas Vera Barroso e Carla Ramos, trarão ainda cientistas políticos e comentaristas.
A Rede TV!, que no primeiro turno exibiu apenas flashes ao longo da programação, promete uma cobertura mais intensiva. Juca Kfouri e Marcelo Rezende comandam um programa que começa às 17h e fica no ar até o pronunciamento do novo presidente. “Agora é uma coisa definitiva. Vamos falar sobre o que pode ser o novo governo, e não apenas sobre números”, justifica José Emílio Ambrósio, diretor de jornalismo da emissora.
Já o SBT mantém a estratégia de não alterar a grade. “Teremos a programação normal com boletins periódicos sobre o pleito. Desse modo, seremos a opção ao público que não deseja ser saturado pelo noticiário eleitoral”, explica Mauro Lissoni, diretor de programação do SBT. A emissora vai levar ao ar dois pequenos programas, às 9h e ao meio-dia, e o boletim SBT nas Eleições, com 30 minutos de duração, a partir da meia-noite.
A Globo, embora também não faça grandes alterações na programação, garante que toda a equipe de jornalismo estará mobilizada até o final da apuração dos votos. Ao longo do dia irão ao ar boletins apresentados por Renato Machado e Alexandre Garcia. Para Carlos Henrique Schroeder, diretor da Central Globo de Jornalismo, a cobertura deste domingo encerra um trabalho que contribuiu para dar mais segurança ao eleitor na hora do voto. “É uma cobertura marcada pela igualdade de espaços, discussão de idéias e amadurecimento do processo democrático”, raciocina Schroeder.