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Em peça, Kiwi busca o reverso de todas as leis

O dramaturgo britânico Edward Bond pode ser chamado de intelectual à moda antiga, como explica o diretor Fernando Kinas. “Ele participa ativamente da vida do País, escrevendo e dialogando sobre os acontecimentos da sociedade e refletindo em conjunto, além de sua criações artísticas.”

Toda a produção do britânico foi vasculhada pela Kiwi Companhia de Teatro e a montagem Material Bond ganha temporada nesta quinta-feira, 2, na Oficinal Cultural Oswald de Andrade. A atriz Fernanda Azevedo conta que todos os escritos foram considerados, exceto os textos dramáticos. “Ele escreve poesia, ensaios, e existe uma peça, indicada por ele, cujas composições musicais estão no espetáculo.”

Enquanto isso, outros trechos foram musicados pelo músico Eduardo Contrera, que executa canções ao vivo.

Fernanda ressalta que o pensamento do autor, disposto nesses diferentes materiais, estimulou a criação de um espetáculo híbrido, que transita por diversas linguagens teatrais e também inverte a organização comum de uma peça. “Eu fico em uma plataforma no meio da plateia e o Eduardo no palco.”

Para Kinas, a montagem passa por eventos mundiais que revelam aspectos da injustiça. “Bond tem o Holocausto como uma matriz. É uma sociedade que incorpora a violência por meio do Estado. O Bope aqui não tem a mesma abrangência mas carrega o mesmo espírito.”

MATERIAL BOND

Oficina Oswald de Andrade. Rua Três Rios, 363. Tel.: 3221-4704. 5ª, 6ª, 20h, sábado, 18h. Grátis. Estreia hoje. Até 25/3.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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