Em noite gelada, Iron Maiden esquentou o público em Curitiba

Nem mesmo o vento gelado foi capaz de congelar o público que foi assistir a apresentação do grupo de heavy metal inglês Iron Maiden, considerado por muitos como a maior banda do gênero, ontem à noite (24), no Bio Parque, em Curitiba.

Comemorando os 25 anos do álbum Seventh Son of a Seventh Son, a banda reproduziu o palco utilizado para a turnê deste disco, com direito a explosões, fogos de artifício e, claro, o quase onipresente Eddie, mascote da banda.

Para deixar o público, que compareceu em grande número, bem aquecido para o show, o Iron Maiden convidou os novatos do Ghost, capitaneado pela figura emblemática do vocalista Papa Emeritus II, e os “monstros” do thrash metal do Slayer.

Com um som voltado para o hard rock setentista e atuando de forma bem teatral, o Ghost, cujo visual difere bastante da música praticada, não conseguiu cativar muito o público curitibano. A apresentação foi redonda, os músicos da banda (todos eles nomeados como Nameless Ghouls – em uma tradução livre seria algo como Morto-vivo sem nome) são ótimos, mas a mistura de canto gregoriano de Emeritus II e o fato de que ainda não desfrutam de muito prestígio acabaram contribuindo pela recepção um pouco morna dos fãs.

O contrário aconteceu com o Slayer. Com 32 anos de estrada, o quarteto norteamericano “incendiou” o Bio Parque, mandando logo de cara a música World Painted Blood, de seu álbum homônimo mais recente. Foi o suficiente para fazer os presentes agitar. Tom Araya, baixista e vocalista da banda, que não costuma interagir com o público, agradeceu a galera duas vezes e ainda brincou que o frio era tanto que ele precisava esquentar as mãos.

O único porém da apresentação do Slayer foi a duração do show: cerca de uma hora apenas. Todavia, clássicos como Dead Skin Mask, Seasons in the Abyss, South of Heaven e o final com Rainning Blood e Angel of Death, que homenageou o guitarrista e fundador da banda, Jeff Hannemann, que morreu em maio deste ano vítima de insuficiência hepática, estiveram presentes e deixaram todos satisfeitos com o show.

Fazendo jus à famosa pontualidade britânica, exatamente na hora marcada, às 21h, os PAs do Bio Parque começaram a tocar a música Doctor, Doctor, do UFO, que serve como uma introdução do espetáculo. O set, baseado na turnê de 1988, trouxe agradáveis surpresas e músicas que há muito tempo não eram executadas, como Moonchild (que abriu o show), The Prisioner, Afraid to Shoot Strangers, Running Free, entre outras.

Claro que também não poderiam faltar clássicos como The Number of the Beast, The Trooper, Wasted Years (que não é tão comum nos shows) e Fear of the Dark, que fizeram o público cantar em uníssono.

Mesmo com todos os componentes já terem passado dos 50 anos, a energia da banda é digna de um grupo de adolescentes. Steve Harris, baixista e líder do grupo, não para um segundo, correndo por todo o palco. A parede de guitarras, formada por Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers também não deixa por menos, em especial o último, cuja postura é totalmente anárquica. Nicko McBrain, mesmo escondido atrás de seu grande kit de bateria, consegue agitar a todos.

Quanto ao vocalista Bruce Dickinson, um parágrafo à parte. É impressionante ver o carisma que ele tem. Desde o começo do show, ele tem o público nas mãos. Dickinson corre, conversa, balança a Union Jack (bandeira da Grã-Bretanha), faz uma apresentação toda perfomática e teatral e, o melhor de tudo, ainda canta – e bem. Não por acaso ele é considerado um dos maiores frontman do heavy metal.

Certamente, a noite do dia 24 de setembro de 2013 ficará marcado para os fãs de heavy metal de Curitiba.

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