Em Nárnia, criança acompanha o épico da fantasia

As férias mal começaram e as crianças têm uma boa opção para acompanhar nas salas de cinemas. Com sua estréia mundial anteontem, As crônicas de Nárnia: O leão, a feiticeira e o guarda-roupa deve agradar o público infantil. Já o adulto, nem tanto. O escritor C.S. Lewis (1898-1963) criou um mundo povoado por criaturas fantásticas e batalhas épicas, tornando as Crônicas de Nárnia um dos clássicos da literatura infantil. Ao todo, a coleção é formada por sete livros. Na versão cinematográfica, a Walt Disney Pictures adapta o primeiro volume da coleção.

Com direção de Andrew Adamson (Shrek e Shrek2), o filme se passa durante a II Guerra Mundial; quatro jovens irmãos são mandados pela mãe para um lugar seguro, uma imensa casa. Logo na primeira noite, a jovem Lúcia Pevensie (Georgie Henley) descobre uma passagem secreta para Nárnia. Durante uma brincadeira de esconde-esconde, ela entra em um quarto vazio com apenas um guarda-roupa, daí o título do filme. Se o guarda-roupa é um personagem ou não, fica a critério da imaginação do público. O fato é que, no encalço de sua irmã, Edmundo, Pedro e Susana adentram nesse mundo encantado para a maior aventura de suas vidas. Junto ao rei supremo dessa terra de sonhos, um enorme e bondoso leão, as crianças irão combater as forças malignas da Feiticeira Branca.

O jovem Edmundo vira
um dos heróis da batalha.

O longa-metragem prima pelos efeitos especiais, já o roteiro, carece pelo excesso de clichês e tomadas fantásticas demais, mesmo para as crianças. Em Nárnia, a grande vilã é representada por Jadis, a Feiticeira Branca (Tilda Swinton). Dona de poderes mágicos e cruel, ela congelou o mundo trazendo um inverno perpétuo e o temor. No lado do bem, o sábio e majestoso leão, Aslam, verdadeiro rei e criador de Nárnia, conta com a ajuda das crianças para fazer valer a profecia de que, com a ajuda dos filhos de Adão e Eva (os humanos), o mundo viveria em paz novamente. A semelhança entre a Bíblia e mitologia se estreita a cada vez que os personagens falam em Adão e Eva. Antes da guerra, os mocinhos ainda terão que resgatar Edmundo, que foi enganado por Jadis e se tornou seu escravo.

Ao longo do filme, o imaginário e a criatividade infantil são lembrados em diversas cenas e diálogos. A cada instante, a aventura é indagada como realidade ou apenas uma brincadeira imaginada pelas crianças, como uma fábula infantil. Em uma cena, o próprio Papai Noel entra na história para presentear os irmãos com armas que decidirão o futuro. O clímax de toda a cena ocorre na batalha entre o exército do bem contra o mal. Com direito a centauros, minotauros, pássaros gigantes e outras criaturas mitológicas, quatro crianças lutam pelo mundo encantado.

Para criar as mais de 60 diferentes criaturas do filme, o ganhador do Oscar de Efeitos Visuais por O senhor dos anéis, Richard Taylor, e equipe desenvolveram efeitos especiais e técnicas foto-realistas de computação gráfica quase perfeitas. A luta entre o bem e o mal está presente a cada minuto do filme, tal como na história de Lewis. Contemporâneo de Tolkien, o autor traçou um paralelo entre a guerra do mundo real e sua ficção. A eterna busca pela paz. A coleção de Nárnia já vendeu mais de 85 milhões de livros em 29 idiomas. Uma edição atual já está à venda nas livrarias brasileiras.

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