Nem o diretor Genndy Tartakovsky achou que estaria de volta à franquia “Hotel Transilvânia” – ele dirigiu os dois primeiros filmes, lançados em 2012 e 2015. Mas o sucesso das produções anteriores e aquela leve pressão do estúdio fizeram com que ele capitulasse, na promessa de dirigir sua versão de “Popeye”, que nunca saiu. Ele acabou não só dirigindo o terceiro longa, que estreia no Brasil na quinta-feira, 12, como também escrevendo o roteiro com Michael McCullers. E baseou-se nas suas próprias experiências de fazer um cruzeiro com a família.

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Em “Hotel Transilvânia 3 – Férias Monstruosas”, Drácula Johnny (Adam Sandler) anda bem cabisbaixo. Sua filha Mavis (Selena Gomez), agora uma responsável mãe de família, resolve dar a seu pai um presente: a possibilidade de curtir férias, em vez de cuidar de todos em seu hotel para monstros. Mas claro que a turma, que conta também com Johnny (Andy Samberg), marido de Mavis, e a múmia Murray (Keegan-Michael Key), vai aprontar até. “Me inspirei na experiência como um todo, mas não quis chatear quem gosta de cruzeiros”, disse Tartakovsky em entrevista à reportagem, em Los Angeles. “Usei coisas como o concurso de quem tem peito mais cabeludo. Eu ganhei, aliás”, completou, rindo. No geral, a dinâmica de estar com a família o tempo todo, com suas alegrias, vexames e chateações, foi o que mais entrou no roteiro. “O que faz funcionar é o grupo de amigos, que é a família de Drácula, no caso”, disse Keegan-Michael Key, que costumava fazer a comédia de esquetes “Key & Peele” com Jordan Peele, o ganhador do Oscar de roteiro original deste ano por “Corra!”. “O truque é que eles são monstros. É uma subversão da expectativa, e aí reside a graça.”

Como Drácula anda muito só desde que Mavis se casou, claro que o romance entra em cena. Apesar de ter centenas de anos, Drac recorre ao método moderno, usando um aplicativo para escolher seu par. “Eu estou fora do mercado, mas é como todos meus amigos tentam encontrar alguém hoje”, explicou Tartakovsky. Sendo esse um filme para crianças, o segredo foi fazer piada com isso. “Drácula vira um menino de 12 anos, não sabe como lidar.” A marca da trilogia sempre foi recorrer aos recursos clássicos do desenho animado, daqueles em que os olhos parecem sair da órbita, na contramão de animações mais “realistas”, como as da Pixar. “Sou uma pessoa 2D. Mas é incrível ver o que a tecnologia permite fazer em termos de texturas, movimento da água”, disse o diretor, descrevendo o filme como uma mescla do digital com o clássico.

Mas um romance para Drácula seria menos engraçado se não houvesse problemas. Seu queixo literalmente cai quando ele conhece Ericka (voz de Kathryn Hahn), que tem outros planos para sua nova conquista. Bisneta de Van Helsing, o célebre caçador de vampiros, ela pretende eliminá-lo. “Ela é educada para odiar monstros. Então há uma mensagem de leve sobre racismo. Só que no processo de tentar matá-lo, percebe que ele é incrível, um homem de família, e que monstros não são bestas-feras, como seu bisavó pensava. São humanos. E que somos todos iguais, seja Frankenstein ou você.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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