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Em biografia sobre Jorge Amado, Josélia Aguiar traça perfil inédito do escritor

Foram sete anos de pesquisa, mas, graças à riqueza de detalhes que marca a trajetória de seu biografado, Joselia Aguiar garante que poderiam ter sido mais. “É um trabalho que podia ter o dobro do tamanho, e ainda assim ficaria coisa de fora”, assegura ela sobre Jorge Amado – Uma Biografia (Todavia), cujo lançamento acontece às 19h desta quinta-feira, 13, na Livraria Martins Fontes da Avenida Paulista.

Trata-se de um recorte generoso, bem apurado e pleno de novidades sobre o homem que, durante muitos anos, foi o escritor mais popular do Brasil e o primeiro a derrubar barreiras em todos os continentes do planeta – só foi superado, anos depois, por Paulo Coelho. “De fato, a vida de Jorge foi vasta. Estreou cedo e produziu muito, e esses livros circularam em 49 idiomas e se tornaram novelas e filmes.”

Ao longo de seu trabalho – que conciliou com a função de curadora por dois bem-sucedidos anos da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip -, Joselia mostra como a trajetória literária e também política de Jorge Amado (1912-2001) se confunde com muitos momentos históricos do Brasil. Como sua relação com a política ideológica comunista, iniciada nos anos 1930.

“Na obra de memórias Navegação de Cabotagem, ele se refere aos livros de seu período mais comunista como ‘tarefas partidárias'”, observa Josélia.

“Muito cedo, Amado se identifica e lê autores de esquerda, envolvendo-se em muitas atividades políticas. Os livros nascem dele mesmo, é um autor propositivo, mas é claro que nascem de alguém envolvido totalmente com a causa comunista. Por que ‘tarefas partidárias’? Creio que para diminuir um pouco aqueles livros, pelos quais tinha carinho porque foram feitos na juventude, mas que considerava como ‘cadernos de aprendiz’.”

Joselia ressalta que, naquela época, década de 1930, Jorge Amado ainda não era importante aos olhos dos comunistas brasileiros ou estrangeiros. A situação só vai mudar quando ele decide escrever a biografia de Luís Carlos Prestes, então o grande líder comunista nacional. “O Cavaleiro da Esperança, de 1942, lhe abre portas e lhe dá um determinado prestígio. Mas a obra de Amado já circulava na França e nos Estados Unidos, e era publicada por editoras de gabarito, como Gallimard e Knopf. Depois de sua cassação como deputado, em 1948, ele vai para o exílio e conhece os países da cortina de ferro, onde é muito lido.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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