Elton John leva 29 mil ao Anhembi, em São Paulo

Uma multidão eclética e atenta de 29 mil fãs de todas as idades e estilos – jovens, senhoras, senhores, gente fantasiada com cartola e grandes óculos imitando o ídolo e até crianças – lotou no sábado (17) a arena do Anhembi, em São Paulo, no show de Elton John. E ele, abrindo com ênfase a temporada internacional de 2009, não decepcionou. Em quase duas horas e meia de show brindou o público com uma enxurrada de hits, desde Rocket Man, que dá nome à turnê, até baladas como Sorry Seems to Be the Hardest Word e Your Song, canções que fizeram muitos românticos suspirarem e dançarem abraçados.

Nem tudo, porém, esteve a seu favor. A escolha do Anhembi já é um equívoco, com visibilidade precária, a antifuncional situação dos acessos aos serviços (bares, caixas, banheiros) e de acústica sofrível. Para piorar, o volume do som estava muito baixo, até para quem estava perto das caixas na área VIP. As evoluções de Elton no piano, um de seus grandes diferenciais, seriam mais proveitosas num ambiente fechado e menor.

Ainda havia a ameaça da chuva, que começou a cair fracamente logo no início de sua apresentação, mas logo se dissipou. Parecia um mau agouro que Elton tivesse iniciado o show com o tema instrumental de título soturno como Funeral for a Friend, que ele emenda, como na gravação original com Love Lies Bleeding, mas foi um belo início, seguido da provocativa The Bitch Is Back. Então, o cantor desencavou uma de suas canções mais elaboradas do início da carreira, Madman Across the Water. O público manteve-se atento e silencioso, mas não se animou muito nem com esta nem com outras que vieram a seguir.

O show começou a deslanchar a partir da oitava música, Goodbye Yellow Brick Road e manteve o pique com clássicos como Don’t Let the Sun Go Down on Me, Bennie and the Jets, Tiny Dancer, Honky Cat, Candle in the Wind (em piano-solo), Sad Songs, em ótimo arranjo de rhythm, talvez seu melhor momento.

Carismático, cordial, em boa forma vocal e esbanjando simpatia e competência, Elton até fez malabarismos subindo no piano, mas manteve a linha, envergando até um fraque com estampas zoológicas coloridas nas costas. Na reta final, as canções mais dançantes, misturando disco music e rock – Philadelphia Freedom, I’m Still Standing, Crocodile Rock e Saturday Night’s All Right for Fighting – levantaram o público, mas faltou volume para que elas realmente trincassem a pista.

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