A apresentadora Eliana se orgulha de estar sempre em constante mutação. “Sei que mudar assusta, mas é preciso. Se tivesse parado no tempo e no espaço, não estaria aí até hoje”, avalia. Ao longo dos anos, Eliana procurou mudar sempre. Do seu jeito de ser e apresentar ao conteúdo dos programas que comanda. A mais recente mudança aconteceu há quase um mês, quando o Eliana na Fábrica Maluca foi rebatizado simplesmente de Programa Eliana. Além da troca de nome, o programa ganhou um enfoque mais juvenil, tendo como público-alvo adolescentes de oito a 14 anos. A mudança surtiu efeito. O novo Programa Eliana já chegou a conquistar o segundo lugar, com índices em torno dos sete pontos. Por conta disso, ganhou mais meia hora de duração. “Eu me orgulho muito da minha vontade de mudar. Você pode até errar aqui e ali, mas tem de arriscar. Senão, não sai do lugar”, ensina.
As únicas mudanças que Eliana não aprova muito são as de horário. Ano passado, por exemplo, o então Fábrica Maluca mudou de horário quatro vezes em menos de seis meses. Como não podia deixar de ser, os números de audiência também mudaram muito. Sempre para baixo. Por isso mesmo, a apresentadora chegou a reivindicar junto à alta cúpula da Record mais estabilidade na grade. Com a experiência de quem já contabiliza 12 anos de tevê -iniciados em 1991, com o Festolândia, do SBT -, Eliana sabe que tevê é hábito. “O público não tem lá muita paciência para ficar correndo atrás”, constata ela.
Mas o pior já passou. Desde que seu programa tornou-se estável na grade vespertina da Record, a audiência também estabilizou. À tarde, o programa optou por agregar também o público adolescente. Logo, brincadeiras infantis cederam espaço para “games” e seriados juvenis, como Patricinhas de Beverly Hills e Turma da Paquera. “Já faz algum tempo que venho adequando o contexto do meu programa a um público mais velho. Queria que o meu programa tivesse uma ‘cara’ mais jovem”, confessa.
Novas crianças
Aos 30 anos, Eliana sabe que as crianças de hoje não são as mesmas de 12 anos atrás. Quando começou na tevê, enumera, não havia internet, videogame, tevê a cabo… O próprio conteúdo educativo da programação, na opinião da apresentadora, mudou muito. “Em novelinha adolescente, por exemplo, rola de tudo. No meu tempo, não havia nada disso. Os pais têm mesmo de tomar cuidado”, alerta ela. Mesmo disposta a abraçar um novo público, Eliana promete não esquecer o que a consagrou: o infantil. Ao contrário do que aconteceu com Angélica, ela não pensa em migrar – pelo menos, por enquanto – para o público adolescente. “Isso não é algo que me aflija. O que eu quero é amadurecer e ampliar meu público cada vez mais. Quero continuar falando com as crianças, mas também com os jovens e os adultos”, avisa.