Efeito estético

André Bankoff é o bonitão da vez. Dono de traços marcantes e um par de olhos bem azuis, capazes de arrancar suspiros no público feminino, é o mais novo ex-modelo a ganhar papel de destaque na tevê brasileira. Aos 24 anos, depois de pequenas participações em Mad Maria e em Bang Bang, ambas da Globo, André é o protagonista de Bicho do Mato, da Record, onde "encarna" o personagem Juba. Natural de Americana, interior de São Paulo, Bankoff garante que a pouca experiência não é empecilho para desenvolver um bom trabalho na trama. E quer provar que não é apenas "mais um rostinho bonito". "Não me deslumbro com o fato de encarar um protagonista. Me importo mesmo é em corresponder às expectativas, pois não quero decepcionar", avisa.

Pé no chão, o belo novato sabe perfeitamente que as cobranças serão grandes ao longo da novela. Mesmo assim, jura que não fica assustado com a responsabilidade. Ainda mais porque se identifica bastante com o Juba, um rapaz criado numa fazenda do Pantanal mato-grossense que vive em contato direto com a aldeia indígena dos guaporás, mas que resolve seguir para o Rio de Janeiro para encontrar o assassino de seu pai. Tal trajetória do personagem, acredita ele, tem muito a ver com sua carreira de modelo e ator. Depois de sair de Americana rumo a São Paulo, André "rodou" por diversos lugares, inclusive França, Itália e Estados Unidos. Além dessa certa "identidade" com o Juba, André acredita que o contato com os colegas de elenco também vai ajudá-lo. "São pessoas fantásticas, experientes. É uma aula a cada dia de gravação", elogia.

Para não fazer feio na "pele" de Juba, André não precisou recorrer aos costumeiros "laboratórios". O ator conta que, assim como o personagem, conhece de perto o "universo" do campo. Afinal, passou várias temporadas no sítio do tio, que fica na cidade de Guararapes, em São Paulo. Lá, ele tinha como rotina acordar cedo e cuidar das galinhas e dos porcos, entre outros afazeres da roça. Além disso, André sempre cavalgou pelas redondezas do sítio, o que facilitou na hora de gravar as cenas de montaria de seu personagem no Pantanal. "Sei até laçar um boi. Por isso, nem precisei de dublês para tornar as cenas mais realistas", gaba-se.

A única dificuldade, contudo, é adaptar-se à puxada rotina de gravações da novela. Mesmo assim, ele não se incomoda com o corre-corre que é viver o protagonista de Bicho do Mato. Afinal, interpretar o personagem central de uma trama é sinônimo de muito trabalho, uma vez que tem de decorar muito mais e gravar várias cenas por dia. "Tenho dormido muito tarde e acordado bem cedinho. Mas não tenho do que reclamar, pois faz parte do jogo", pondera. André também destaca que quem passou pela experiência de participar da malograda e turbulenta Bang Bang, da Globo, por exemplo, sabe o quanto é difícil receber os textos à noite para gravar no dia seguinte. "Até parecia que estávamos fazendo novela ao vivo. Muitas vezes gravávamos pela manhã a cena que iria ao ar no mesmo dia", recorda.

Nem mesmo as adversidades de gravar durante um mês no Pantanal mato-grossense tiraram o bom-humor de André. O ator conta que, ao contrário da colega Renata Dominguez, que vivia reclamando da grande quantidade de mosquitos, não sentiu maiores problemas. André ainda ressalta que a temporada serviu para conhecer alguns dos belos recantos da região e, na medida do possível, fazer também um pouco de turismo. "O que mais me impressionou foi o pôr-do-sol. Nunca vi, em toda a minha vida, tão bonito como lá", derrama-se.

Trajetória dramática

André Bankoff jamais havia imaginado que um dia se tornaria ator. Tanto que mesmo quando começou a trabalhar como modelo, em 1999, não pensava em atuar. Isso porque, nessa época, estava para lá de ocupado com a rotina de desfiles e campanhas publicitárias, viajando pelos mais variados países. Chegou a morar durante quatro meses na Itália. Embora a carreira de modelo tenha sido de apenas três anos, foi fazendo comerciais de tevê que André começou a sentir o gostinho pela interpretação. "Percebi que era uma coisa que eu gostava bastante, que me instigava muito. Resolvi passar a estudar e me dedicar", lembra. O primeiro passo foi dado em 2002, quando passou a fazer a Oficina de Atores da Globo. Logo depois, fez uma pequena participação no seriado Carga Pesada e começou a rotina de fazer testes para integrar as produções da emissora. Um deles foi para a novela Da Cor do Pecado, em que perdeu o papel para Cauã Reymond. Apesar do primeiro não, André não desanimou. Além disso, nos outros trabalhos não precisou fazer testes para ganhar o papel. No final de 2004 foi convidado para participar da minissérie Mad Maria, onde interpretou Werner, um alemão que trabalhava na ferrovia e morria prematuramente. Outro convite foi para viver o Peter Johnson em Bang Bang. "O melhor de tudo foi poder conviver de perto com grandes atores nessas duas produções. Aprendi muito", pondera. 

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