A tentativa de recolhimento do livro em quadrinhos Vingadores – A Cruzada das Crianças por fiscais da Prefeitura do Rio de Janeiro, no início da tarde desta sexta-feira, 6, na Bienal do Rio, gerou repercussão entre editoras e a classe artística nas redes sociais. A maioria se posicionou contra a ação ordenada pelo prefeito Marcelo Crivella.
A ação foi mal sucedida, pois 40 minutos após a abertura da Bienal, o livro já estava esgotado nos 520 estandes. Confira abaixo as principais manifestações feitas no Twitter:
“Ao tentar censurar os Vingadores, o prefeito do Rio se iguala a facínoras como Ultron, Kang e Thanos.”
Chico Barney, escritor
“Ao deixar Sodoma, as filhas de Ló embebedam o pai e dormem com ele para colher sua semente em seus úteros. Está na Bíblia, Gênesis. Crivella manda recolher a HQ dos Vingadores; ela ensina tolerância num mundo witzel-bolsonaro, que se ajoelha todo santo dia ao deus da carnificina.”
Marcelo Backes, escritor, tradutor. Doutor em Romanística e Germanística.
Um simples beijo gay em uma HQ foi chamado de material PORNOGRÁFICO pelo maldito prefeito do RJ, Crivella. Violência, adultério, roubo, sequestro, sangue, explosão, nada disso jamais incomodou q estivesse em HQs. O problema é sempre o amor LGBT. Mas CENSURA não será tolerada!”
Felipe Neto, youtuber.
“Não é só um retrocesso, é crime!”
David Miranda (PSOL-RJ), vereador.
“Não foi censura, os gibis ainda estarão à venda mas com selo de recomendação para menores (sic). Está corretíssimo.”
Roger Rocha Moreira, músico e idealizador da banda Ultraje a Rigor.
“Repudiamos todo e qualquer tipo de discriminação ou censura e, como sempre, nos posicionamos à favor da liberdade de expressão e da diversidade. Se você estiver na Bienal do Livro este ano, poderá encontrar em nosso estande vários livros com temática LGBT +”
Editora Intrínseca.
“A Estante Virtual é contra a medida da prefeitura do Rio em censurar exemplares da HQ “Vingadores: A cruzada das crianças”. Apoiamos a diversidade em todas as áreas, sobretudo, na literatura.”
Estante Virtual.
“Posturas como a do prefeito Marcelo Crivella e do governador João Doria – que recentemente mandou recolher uma apostila escolar que falava sobre diversidade sexual – tentam colocar a sociedade brasileira em tempos medievais”
Luiz Schwarcz, CEO e fundador da Companhia das Letras, no perfil da editora no Twitter.
“A Companhia manifesta seu repúdio a todo e qualquer ato de censura e se posiciona, mais uma vez, à favor da liberdade de expressão.”
Companhia das Letras.