?Sem o amor, o que significa viver??, pergunta-se Dom Quixote. Todas as pessoas desejam o amor e tudo o que lhe é inerente, como a felicidade, o bem-estar, a beleza, o amadurecimento, entre tantas outras coisas. A pergunta que se faz, então, é como um sentimento tão nobre e desejável pode, muitas vezes, nos fazer sofrer tanto, tornando nossas vidas um inferno e transformando pessoas até então equilibradas em obsessivas, furiosas, fetichistas e ciumentas? Amor e sofrimento podem ser vinculados? Até que ponto? Como uma pessoa pode agir sobre nós como uma droga, que nos alivia e nos destrói? Como este sentimento é capaz de mudar tanto uma pessoa a ponto de torná-la irreconhecível?

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A obra ?Amores que nos fazem mal?, da socióloga francesa Patrícia Delahaie, que a Editora Larousse do Brasil lança, em setembro, serve como um guia para ?reaprender a amar?, abordando casos onde o ?amor é doente?. De forma clara e instigante, a partir de exemplos reais, a autora avalia as várias armadilhas em que as pessoas se envolvem por amor, como entendê-las e, finalmente, como resolvê-las ou delas escapar.

Algumas pessoas parecem se entregar ao amor de corpo e alma. Jogam-se nos relacionamentos cegas e entusiasmadas, fazendo de tudo para agradar o outro. Só mais tarde percebem estar numa relação desigual, em que não são amadas, não recebem carinho nem compreensão, em que são tratadas como empregadas, capachos, crianças ou, pior ainda, prisioneiras. 

Os leitores percebem através do livro como, às vezes, a história se repete e como esse sofrimento por amor é compartilhado por muitas pessoas. ?Amores que nos fazem mal? se destina a todos os que sofrem por amor. E também àqueles que não amam mais, embora continuem colocando a própria vida e o equilíbrio em risco?, afirma a autora.

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De modo prático e sensato, o livro analisa questões como as maneiras de aumentar a auto-estima, como negociar e impor limites numa relação, o quanto se deve compreender o outro e em que momento desistir de modo a parar de sofrer. Sua autora é uma jornalista que buscou compreender ? por meio de testemunhos ? o que pode ter acontecido na vida das pessoas, suas histórias e relações para saber por que sofrem ou fracassam no amor.
 
Algumas pessoas parecem se entregar ao amor de corpo e alma. Jogam-se nos relacionamentos cegas e entusiasmadas, fazendo de tudo para agradar o outro. Só mais tarde percebem estar numa relação desigual, em que não são amadas, não recebem carinho nem compreensão, em que são tratadas como empregadas, capachos, crianças ou, pior ainda, prisioneiras.

O livro também mostra os vários tipos de parceiros que fazem mal no amor, como aquelas pessoas que têm medo de amar ou as que não gostam de amar; outras, perversas, que se dedicam a controlar, humilhar e destruir o parceiro ou as que têm personalidade violenta e que atacam repetidamente, numa espiral de violência.  

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?A idéia do livro surgiu enquanto ouvia homens e mulheres de todas as idades e meios sociais contarem seus sonhos, esperanças, desejos e desilusões amorosas. Sabemos que cada história é única, já que as pessoas, as circunstâncias e os sentimentos nunca são os mesmos. Na essência dessa diversidade, porém, pareceu-me haver pontos em comum, revelados como ?leis do amor?, que explicavam o porquê e o como do sofrimento amoroso?, afirma Delahaie.

A autora pretende, com sua obra, que os leitores digam ?sim? ao amor, mas de uma forma diferente e transformada. É claro que o amor é uma aventura imprevisível, mas, segundo ela, a prudência e o autoconhecimento não excluem o encontro, mas coloca a pessoa em alerta, para que se mantenha atenta e se oriente para o lado bom do sentimento.

Patrícia Delahaie é socióloga e há mais de vinte anos se dedica ao jornalismo em rádio e televisão. Escreve regularmente para revistas femininas, abordando assuntos como casamento, amor e traição. Este é seu sétimo livro.