Era para ter sido um livro para o Halloween, com fotos vintage da sombria coleção do autor. Mas o editor Jason Rekulak, que perguntou se o americano Ransom Riggs tinha algum livro que gostaria de escrever, acabou identificando naquelas imagens estranhas e fortes de crianças na caixa de Riggs algo muito maior, e que poderia dar origem a um romance.

continua após a publicidade

Na verdade, vieram três. O primeiro foi O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares. Lançado no Brasil pela primeira vez em 2012, pela Leya, está chegando aos cinemas pelas mãos de Tim Burton e, em novembro, passa para o catálogo da Intrínseca com uma ligeira alteração no título – em vez de ‘orfanato’, foi escolhido ‘lar’. Os seguintes, Cidade dos Etéreos e Biblioteca de Almas, também foram publicados pela Intrínseca. E há ainda um quarto volume, Contos Peculiares, situado no mesmo universo, mas que não dá exatamente sequência à trilogia que começa a trilhar seu caminho best-seller internacional.

continua após a publicidade

As fotos de sua coleção – e outras emprestadas – desempenham papel importante nos volumes, sobretudo, no primeiro, complementando a narrativa. E aí voltamos alguns anos na história. Ransom Riggs estudava cinema na Califórnia quando encontrou, numa feirinha, fotos antigas e aquilo se tornou uma obsessão – ele queria resgatar aquelas “peças de arte” do lixo. E mais alguns anos. Quando criança, ele já frequentava brechós com a avó e certa vez, como contou em entrevista ao New York Times, viu uma foto antiga que o lembrou de uma garota por quem tinha uma queda, comprou e colocou em sua cama. Tempos depois, resolveu olhar o verso e ali estava escrito que a garota havia morrido de leucemia quando tinha 15 anos. “Eu estava vivendo com fantasmas”, disse na entrevista.

continua após a publicidade

Esses livros juvenis, ou para jovens adultos como o mercado editorial convencionou chamar, acompanham a saga de Jacob Portman, de 16 anos, que decide investigar a estranha morte do avô e vai parar numa mansão no País de Gales.

Era ali que se passavam as histórias contadas ao neto dos tempos em que vivia num orfanato naquela ilha onde sempre era verão, ninguém ficava doente ou morria e onde as crianças podiam levitar, ficar invisíveis, entre outros dons. Há, nas histórias, a luta entre o bem e o mal e a tentativa de construir um mundo sombrio e de salvá-lo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.