Os "game-shows" e os programas de auditório movimentaram a linha de shows em 2004. Foram muitas estréias, mas poucas realmente inovadoras. A quantidade superou, e muito, a qualidade. A Band, por exemplo, apelou ao colocar no ar o grotesco Tá na Mão eleito o Pior Game-show. A Record apresentou três estréias, sendo uma delas o Show do Tom, cujo apresentador ganhou o prêmio Mala Pesada 2004. Mas o ano também contou com a irreverência do Pânico na TV, que dividiu o título de Melhor Humorístico com o Casseta & Planeta, Urgente!, dando um fim a hegemonia de sete anos dos "cassetas" na categoria.

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Já o Altas Horas conseguiu manter a diversidade de convidados e o dinamismo, o que o levou a conquistar o prêmio de Melhor Programa de Auditório. De quebra, Serginho Groisman ainda foi eleito o Melhor Apresentador. Os títulos conquistados por programas da Globo não pararam por aí. Como acontece todos os anos, a emissora foi a recordista de premiações no Melhores & Piores 2004, vencendo oito das 11 categorias. Esse resultado se deve ao grande volume de produção e ao já conhecido padrão Globo de qualidade. Uma boa surpresa para a casa foi a consagração do Sítio do Pica-Pau Amarelo como Melhor Infantil, acabando com a invencibilidade de dois anos consecutivos do Ilha Rá-Tim-Bum, da TV Cultura,

A Globo, no entanto, amarga em 2004 alguns títulos de "pior". Como, por exemplo, o de Pior Infantil para Xuxa no Mundo da Imaginação, com 70% dos votos, e de Pior Programa de Auditório para o Domingão do Faustão, que empatou com o Programa do Ratinho. Quem também foi de mal a pior foi João Kléber, que venceu como Pior Apresentador com 75% dos votos. Mas o resultado foi merecido. Para completar a derrota, seu programa Eu vi na TV despontou como Pior Humorístico e o quadro Teste de Fidelidade foi apontado como o Momento Bizarro 2004.

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Tom Cavalcante levou o troféu "Mala Pesada 200

Até hoje, o humorista Tom Cavalcante deve estar se perguntando se valeu realmente a pena trocar a Globo pela Record. Na nova emissora, o criador de inúmeros tipos cômicos, como João Canabrava e Pitbicha, não deve estar achando muita graça do próprio programa. Afinal, o humorista não faz nada além do que repetir as já desgastadas fórmulas dos programas da concorrência, como Boa Noite, Brasil, da Band, Superpop, da Rede TV!, e Hebe, do SBT.

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Num quadro, um convidado qualquer fatura uns trocados se não deixar os batimentos cardíacos extrapolarem certo ponto. No outro, o apresentador promove um concurso de piadas que reúne algumas das mais velhas e batidas do gênero. Mas o programa fica sem graça mesmo no quadro Cantando Pra Cachorro, onde Tom Cavalcante resolve soltar a voz na tentativa de fazer o cão de um convidado qualquer latir. Se o animal não esboçar qualquer reação em três minutos, o dono ganha um prêmio qualquer. Isso deve ser a mais nova variação do tão propalado termo "mundo-cão". A Sociedade Protetora dos Animais deveria tomar providências…

Rei da baixaria abocanhou o "Momento bizarro

O apresentador João Kléber jura de pés juntos que a idéia de "ressuscitar" o famigerado Teste de Fidelidade foi do vice-presidente da Rede TV!, Marcello Carvalho. Explica-se. Cansado de só apresentar pegadinhas no extinto Canal Aberto, João Kléber reivindicou outro programa no horário vespertino. Um programa, segundo ele, de "utilidade pública e prestação de serviços". O "todo-poderoso" da emissora, ainda segundo o apresentador, teria aceito a proposta se, em troca, João Kléber voltasse a apresentar o Teste de Fidelidade. Dito e feito. Apelativo e constrangedor, o quadro coloca homens e mulheres para serem tentados a trair seus respectivos namorados em rede nacional. No palco, as façanhas amorosas dos incautos são acompanhadas por uma platéia ávida por ver o circo pegar fogo. Conclusão: pode ser constrangedor, mas dá audiência. E, para alimentar a audiência, João Kléber não conhece limites. Aos manjados "strip-teases", foram acrescidas grotescas cenas de simulação de sexo. Recentemente, foi inaugurada até uma versão homossexual do quadro. Boquiaberta, a suposta namorada de um dos participantes viu o sujeito trocar carícias com o ator do Teste de Fidelidade. Mais constrangedor e deplorável, impossível.

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