SLAVA POLUNIN, artista russo

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Respeitado clown contemporâneo, o russo Slava Polunin, de 65 anos, recria no Slava’s SnowShow seu emblemático universo onírico, em que o clown assume o papel de protagonista do teatro. O espetáculo, que está em cartaz no Teatro Bradesco (Bourbon Shopping. R. Palestra Itália, 500, 3º andar, tel. 3670.4100; R$ 100/R$ 170), em São Paulo, até domingo, 8, une o aparato cênico e a “meditação cômica sobre a vida, a morte e a beleza do universo”. Admiradores dele e do tom lúdico de seu trabalho, os artistas brasileiros e irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, que formam a dupla Osgemeos, fizeram entrevista com Slava Polunin para o Estado.

Sua história começa nos porões da antiga União Soviética, escondido, em meio a um regime rígido e, após uma longa caminhada acreditando nos sonhos, conquista o mundo. Conte mais aos leitores sobre sua história.

A arte do clown, naquela época, não era oficial, então fazíamos tudo às escondidas. Mas, ao mesmo tempo, as condições culturais que tínhamos eram excelentes. Havia ótimos professores. No fundo, as circunstâncias ao redor eram tudo aquilo que precisávamos para fazer arte.

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Quando e por que você decidiu compartilhar o seu universo lúdico e mágico com as pessoas?

Há décadas, quando ainda era um jovem na Rússia, me apaixonei pela arte da mímica de Marcel Marceau e Charlie Chaplin e passei a dedicar minha vida ao clown, que considero um médico, um xamã moderno, um curador de almas. E, com uma velocidade vertiginosa, tudo aconteceu. Percorremos o mundo todo há 20 anos com o espetáculo, além de meus outros projetos.

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Assim como você, também vivemos em nosso universo paralelo, lúdico e mágico, onde encontramos as melhores “ferramentas” para expressar os sonhos que temos com todos e compartilhamos isso com as pessoas. Para você, o que é mais gratificante em termos de retorno a partir do trabalho que você faz?

Eis que a natureza fez-me de tal jeito: fico feliz quando tudo ao meu redor está inebriado por um certo encantamento. Então, antes de mais nada, espalho felicidade ao redor, faço as pessoas felizes.

Você vive em um antigo moinho na França, Moulin Jaune (Moinho Amarelo), um espaço surrealista aberto ao público que propõe que a vida cotidiana tenha mais poesia. É um projeto que você quer dar continuidade?

O Moulin Jaune é um dos projetos mais importantes da minha vida, não vivo só lá. Vivo em todos os lugares. Onde começa um novo projeto é minha residência do momento. Nos próximos 3 anos, ainda não sei onde estarei, mas um dos meus lugares favoritos certamente é o moinho, porque é meu laboratório criativo. Agora, estamos preparando uma festa com o nome provisório de Picnic, porque tem como mote a religação do homem com a natureza por meio dos prazeres simples da vida, da imaginação e das brincadeiras.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.